sábado, julho 23, 2011

losing game

5 comentários:

turito disse...

Acabámos por não a conseguir ouvir. Continuo a achar que, tão próximo da minha geração, foi a voz que mais gostei. Tenho muita pena.

turito disse...

Ainda outro dia fui ver a Sharon Jones, no Cascais Coll Jazz Fest. A Sharon podia ensinar umas coisas à Amy (deve utilizar outras drogas:)

natalie disse...

Crónica do Miguel Esteves Cardoso sobre a Amy:

"Para todos nós que não conhecíamos Amy Winehouse pessoalmente (incluindo os muitos que pensavam que conheciam ou agiam e opinavam como se a conhecessem), a primeira pergunta que devemos fazer, antes ou depois de fazermos considerações condescendentes e sentimentalistas, é: comparando o prazer que cada um de nós deu a Amy Winehouse (a pequena percentagem que comprou a música dela) com o prazer que Amy Winehouse nos deu a todos, quem é que ficou a ganhar? Fomos nós. A música dela ("voz" é pouco) enriqueceu as nossas vidas para sempre ou, na mais mesquinha das gratidões, durante um bom bocadinho das nossas vidas. Resumindo: ela deu-nos muito mais do que recebeu de nós.


Back to Black é (muito mais do que "continua a ser", como quem fala do que vai morrer) um monumento elegante de interpretação pop. Ali estava uma rapariga inglesa e pequenina, de uma família judia, e freudianamente indisfarçada, que sabia cantar como se fosse gente grande.


Amy Winehouse morreu muito nova. Mas deixou-nos - deu-nos - muito mais do que a grande maioria de cantores e cantoras nos deixaram. Foi - era - uma alma que nos escapou e nos escapa. A verdade é que nos deixou muito mais do que nos roubou. Que foi nada.


Mas faz pena. Pobre coitada: não. Pobre gloriosa: sim. O nosso lamento - de não termos recebido mais - é um egoísmo guloso, que nos fica mal. Amy Winehouse valeu a vida e ficou a perder com a vida que nos deu. Obrigados, Amy Winehouse: deste tudo e não custaste nada."

natalie disse...

No entanto... e isto vai parecer mal... não sinto pena dela, da morte dela.
Senti pena, genuína, quando a Lhasa de Sela morreu.(não estou a comparar talentos, são géneros diferentes).
Tenho pena, compaixão, empatia pelo sofrimento (não sei como lhe hei-de chamar) pelos que morreram em Oslo e as suas famílias.

A Amy... enfim, não a quero julgar, como tenho visto fazer de forma muito leviana. Mas não sinto o mesmo "tipo" ou "grau" de pena... Há muito tempo que a alma dela estava ausente...

Anónimo disse...

"muito mais do que a grande maioria de cantores e cantoras nos deixaram"

alguém disse uma coisa parecida com esta, no dia da triste figura...;-)

(guarda o dvd. qd formos 'antigos', ainda o ouvimos juntos.
bj