domingo, novembro 30, 2014

sexta-feira, novembro 28, 2014

capacitar

"I have come to the frightening conclusion that I am the decisive element. It is my personal approach that creates the climate. It is my daily mood that makes the weather. I possess tremendous power to make life miserable or joyous. I can be a tool of torture or an instrument of inspiration, I can humiliate or humor, hurt or heal. In all situations, it is my response that decides whether a crisis is escalated or de-escalated, and a person is humanized or de-humanized. If we treat people as they are, we make them worse. If we treat people as they ought to be, we help them become what they are capable of becoming." 

Goethe

quarta-feira, novembro 19, 2014

ofélia

John Everett Millais - Ophelia

sábado, novembro 15, 2014

confissão




(é chato e estou cansada de cedencias e consensos não negociados, de não-conversas, não-nadas.
de ficar a meio, no meio; por medo ou cansaço ou preguiça.
estou cansada de ser lateral. da invisibilidade.
não estou triste ou irritada. nada disso.

foi só um pouco de lucidez ou loucura que me atacou. 

quero tudo! não mais metades.
quero intensidade, entrega, presença.
quero "sentir tudo de todas as maneiras, viver tudo de todos os lados".

cederei sim, se houver merecimento.)

sexta-feira, novembro 14, 2014

transparente



Jan Saudek, 1970

segunda-feira, novembro 03, 2014

madredeus






 início dos anos 90, faculdade e eu com uma paixoneta adolescente por um rapaz mais velho que mal conhecia e quase nunca via.

e porque nunca via, mais imaginava; estremecia quando passava perto dos locais onde era mais provável vê-lo; ficava atenta aos carros iguais ao dele; relembrava o momento em que nos conhecemos, as vezes em que trocamos algumas palavras.
a cisma era tão grande, que me absorvia toda e comecei a dizer-me que não era possível, que era estúpido ocupar a cabeça com pensamentos destes, que nunca mais o iria ver, que paixões e amores só nos livros e nos filmes. (enquanto, secretamente, boicotava a razão, inventando amores e paixões como nos livros e nos filmes).

tudo tão tolo, tão inocente, tão juvenil, tão idealizado, de um romantismo que não cabe mais...

mas aquele tipo de estremecimento, o aperto no coração, as mãos nervosas, as pernas a tremer, as palavras trocadas, só por estar na presença de uma pessoa, raramente voltei a sentir com a mesma intensidade.

o que veio depois foram quase imitações, comparações; sequelas frágeis de um terramoto que, por ter destruido tanto, pouco deixou para abalar.

a última vez que o vi foi num concerto dos madredeus. uma confusão de gente a sair do local improvisado que arranjaram para o concerto, que teria sido ao ar livre se não estivesse a chover. gente a empurrar-se, a querer sair, pouco espaço e, de repente, olho para trás. lá estava ele, um sorriso enigmático, acompanhado por uma rapariga com um "ar francês", bonita, bem vestida, diferente. cumprimentamo-nos. fiquei em choque. durou horas. no elevador, quando finalmente fiquei sozinha, uma descarga química, como uma droga, fez-me flutuar.

pouco depois esqueci-o, claro.

no filme "Her" de Spike Jonze, Theodore diz "...and sometimes I think I have felt everything I'm ever gonna feel, and from here on out I'm not gonna feel anything new... just... lesser versions of what I've already felt." 

quero acreditar que não. que seremos sempre versões mais amplas do que fomos. com a sabedoria de não querer comparar sentimentos, para que venham sempre novos, vivos, para que os possamos experimentar como uma criança.

e porque no mesmo filme também se diz "The past is just a story we keep telling ourselves",  com que palavras e ideias nos queremos re-construir, sem evitar, obviamente, as partes dolorosas, os erros, as mentiras, as falhas?

que passado queremos re-contar?