segunda-feira, julho 11, 2011

intencionalidade do desejo

" Faz parte da intencionalidade do desejo que uma pessoa particular seja concebida como o seu objecto. A alguém agitado pelo seu desejo pela Joana, é ridículo dizer "Fica com a Henriqueta, ela servirá igualmente bem." Desde modo, nessa situação, surge a possibilidade de enganos de identidade. O desejo de Jacob por Raquel parece satisfeito pela sua noite com Lia, só na medida em que, e pelo tempo que, Jacob imaginou que era Raquel a pessoa com quem estava deitado. (...)
As nossas emoções sexuais são fundadas em pensamentos individualizados: és tu quem eu quero e não outro. Esta intencionalidade individualizada não é simplesmente originada pelo facto de que são as pessoas (por outras palavras, os indivíduos) quem desejamos. É originada pelo facto de que o outro é desejado como um sujeito corporizado, e não apenas como um corpo."

Roger Scruton, Guia de filosofia para pessoas inteligentes
Guerra e Paz

2 comentários:

Anónimo disse...

Permita-me que lhe dirija umas palavras:

"Consideremos a existência da carraça. À parte os orgãos sexuais, que deve ela fazer para reproduzir a sua espécie? As carraças muitas vezes não têm olhos. Machos e fêmeas procuram-se através do cheiro, pistas olfactivas chamadas feromonas sexuais. Para muitas carraças, a feromona é uma molécula chamada 2,6-diclorofenol. Se houver um pouco de 2,6-diclorofenol no ar, as carraças enlouquecerão de paixão."

Isto nas carraças é menos complicado...
bj

natalie disse...

complicamos tudo, é verdade.

podemos sempre fazer de conta que somos carraças, fechar os olhos, e seguir a pista do cheiro.

:)