terça-feira, fevereiro 28, 2006

bottle without a message...

até ao fim do mundo















este "relicário"
está no mosteiro de alcobaça
junto ao túmulo de inês







mitos e relíquias
"até ao fim do mundo"





que me perdoe o autor
por me ter esquecido do seu nome

domingo, fevereiro 26, 2006

alma minha...

vejam aqui

http://www.wunderblogs.com/soaressilva/

uma tradução do "alma minha" feita por tradutores automáticos.

dançar

"Só posso acreditar num deus que saiba dançar."

Nietzche

Shiva






Shiva Nataraja

King of the dance












http://www.exoticindiaart.com/article/nataraja

quinta-feira, fevereiro 23, 2006

confidência

Estava a acabar o jantar no Macdonalds, pronta para molhar o último nugget no molho de caril, quando vejo entrar uma cara que me pareceu conhecida.
Não identifiquei logo, podia ser qualquer pessoa, daquelas que vemos tantas vezes na rua, nas lojas ou nos serviços, no trabalho, em todos os sítios que frequentamos, e depois, fora do contexto, não sabemos muito bem que grau de intimidade temos com elas... (já dei por mim a cumprimentar pessoas que só conhecia de vista das cantinas da universidade, ou dos correios).

Minutos depois, veio ter comigo, cumprimentou-me e dois segundos depois reconheci-a, embora tenha demorado mais 4 ou 5 segundos para me lembrar do seu nome. Afinal era uma utente que já não via há cerca de um ano. Sentou-se à minha frente, contou-me como a sua vida tinha estabilizado, apesar das dificuldades que todos sentimos, (a falta de dinheiro, a família, um bairro problemático, um filho adolescente, a solidão).
Admirei-a, pela coragem, paciência, determinação.
Quando perguntou por mim, apeteceu-me quebrar as regras (já tinham sido quebradas com a conversa informal num local informal) e dizer-lhe, em vez do "está tudo bem, obrigada", que me sentia cansada, que tive um acidente e perdi temporariamente o meu carro, que estou desmotivada com o trabalho e todos os dias faço um esforço para ouvir o que outras mulheres como ela têm para me dizer, e que se todas tivessem a coragem e determinação dela, tudo seria muito mais fácil, e sim, que compreendo a solidão que sente, porque duma forma ou doutra, andamos todos sozinhos por aqui, sem tempo nem espaço para nos revelarmos inteiros a quem entra nas nossas vidas.
Despedimo-nos, desejamos mutuamente felicidades, e um dia, eu sei, voltaremos a encontrarmo-nos, a trocar palavras sobre a vida dela, e nenhumas sobre a minha, porque é assim que tem de ser.

sunrise




Sunrise

a song of two humans
(1927)



de F. W. Murnau (1888-1931)








Foi hoje, no TAGV







com apresentação da composição sonora original
composta por Luís Pedro Madeira (Belle Chase Hotel)
e interpretada ao vivo pela orquestra Láudano (Coimbra).





lindo,

sempre que o vejo

e hoje ainda mais

com a música do Luis Pedro Madeira








http://dupond.ci.uc.pt/tagv/evento.asp?evtid=639


http://www.gonemovies.com/WWW/Drama/Drama/EnglischSunrise.asp

quarta-feira, fevereiro 22, 2006

evasão

não sei se é dos relaxantes que ando a tomar
cresce em mim uma vontade de me evadir

e a imagem daquela praia
onde não entrei

(porque me submeti, como sempre, à vontade do grupo, ou simplesmente porque vista dali, daquela espécie de porta, a praia se parecia mais com um sonho, que se poderia desfazer ao sentir a areia nos meus pés, e o mar nas minhas mãos...)

surge na memória
repetidamente

e chama-me
chama-me...
sem que a possa alcançar.

domingo, fevereiro 19, 2006

A consequência dos semáforos

"Odeio semáforos. Em primeiro lugar porque estão sempre vermelhos quando tenho pressa e verdes quando não tenho nenhuma, sem falar do amarelo que provoca em mim uma indecisão horrível: travo ou acelero? travo ou acelero? acelero, depois travo, volto a acelerar e ao travar de novo já me entrou uma furgoneta pela porta, (...)"

António Lobo Antunes

O sinal estava verde. Não houve hesitações e avancei. No entanto, entrou-me uma "furgoneta" pela porta. Claro, que o sinal também estava verde para o outro condutor... às 5 da manhã, depois de uma hora de espera (a noite foi pródiga em acidentes na madrugada coimbrã, em vésperas de transladação da última pastorinha), lá chegou a brigada de trânsito, o reboque, as formalidades, um frio de rachar, a chuva e finalmente um taxi, que nos levou, sãs e salvas, a casa de cada uma de nós.
Acordei com pedaços de vidro ao meu lado (tinham ficado presos no meu cabelo...), com a coluna e todo o lado esquerdo do corpo a doer...
Chegou para susto, não é o que se costuma dizer?

sábado, fevereiro 18, 2006

beco

disse-me uma vez uma amiga
que num beco, a única saída
é para cima!

ondas



o dom de acreditar

sempre inquietante

(revi-o hoje, na casa da cultura, às 15h)

sexta-feira, fevereiro 17, 2006

amor e sexo

Para todos os que ontem dançaram na rua!



Amor é um livro - Sexo é esporte
Sexo é escolha - Amor é sorte
Amor é pensamento, teorema
Amor é novela - Sexo é cinema
Sexo é imaginação, fantasia
Amor é prosa - Sexo é poesia
O amor nos torna patéticos
Sexo é uma selva de epiléticos
Amor é cristão - Sexo é pagão
Amor é latifúndio - Sexo é invasão
Amor é divino - Sexo é animal
Amor é bossa nova - Sexo é carnaval
Amor é para sempre - Sexo também
Sexo é do bom - Amor é do bem
Amor sem sexo é amizade
Sexo sem amor é vontade
Amor é um - Sexo é dois
Sexo antes - Amor depois
Sexo vem dos outros e vai embora
Amor vem de nós e demora


Rita Lee

legos

hilariante

http://www.thebricktestament.com

quinta-feira, fevereiro 16, 2006

Paris

uma viagem um pouco kitsh à cidade luz:


http://framboise781.free.fr/Paris.htm

quarta-feira, fevereiro 15, 2006

noite

horas

para não nos perdermos nos fusos horários
e chegarmos sempre a horas
de começar tudo de novo
onde quer que estejamos

http://www.timeticker.com

segunda-feira, fevereiro 13, 2006

clarisse

Não te amo mais.
Estarei mentindo dizendo que
Ainda te quero como sempre quis.
Tenho certeza que
Nada foi em vão.
Sinto dentro de mim que
Você não significa nada.
Não poderia dizer jamais que
Alimento um grande amor.
Sinto cada vez mais que
Já te esqueci!
E jamais usarei a frase
EU TE AMO!
Sinto, mas tenho que dizer a verdade
É tarde demais..."

Clarisse Lispector

(Agora, leiam outra vez, mas de baixo para cima!)

anti-valantine day

quem quiser ficar imune a este dia, clique agora
ou cale-se para sempre

http://www.meish.org/vd/

domingo, fevereiro 12, 2006

sunscreen

(Everybody is free to) Wear Sunscreen

Ladies and Gentlemen of the class of ’99
If I could offer you only one tip for the future, sunscreen would be it.
The long term benefits of sunscreen have been proved by
scientists whereas the rest of my advice has no basis more reliable
than my own meandering
experience…I will dispense this advice now.

Enjoy the power and beauty of your youth; oh nevermind; you will not
understand the power and beauty of your youth until they have faded.
But trust me, in 20 years you’ll look back at photos of yourself and
recall in a way you can’t grasp now how much possibility lay before
you and how fabulous you really looked….You’re not as fat as you
imagine.

Don’t worry about the future; or worry, but know that worrying is as
effective as trying to solve an algebra equation by chewing
bubblegum. The real troubles in your life are apt to be things that
never crossed your worried mind; the kind that blindside you at 4pm
on some idle Tuesday.

Do one thing everyday that scares you

Sing

Don’t be reckless with other people’s hearts, don’t put up with
people who are reckless with yours.

Floss

Don’t waste your time on jealousy; sometimes you’re ahead, sometimes
you’re behind…the race is long, and in the end, it’s only with
yourself.

Remember the compliments you receive, forget the insults; if you
succeed in doing this, tell me how.

Keep your old love letters, throw away your old bank statements.

Stretch

Don’t feel guilty if you don’t know what you want to do with your
life…the most interesting people I know didn’t know at 22 what they
wanted to do with their lives, some of the most interesting 40 year
olds I know still don’t.

Get plenty of calcium.

Be kind to your knees, you’ll miss them when they’re gone.

Maybe you’ll marry, maybe you won’t, maybe you’ll have children, maybe
you won’t, maybe you’ll divorce at 40, maybe you’ll dance the funky
chicken on your 75th wedding anniversary…what ever you do, don’t
congratulate yourself too much or berate yourself either – your
choices are half chance, so are everybody else’s.

Enjoy your body, use it every way you can…don’t be afraid of it, or what other people
think of it, it’s the greatest instrument you’ll ever
own..

Dance…even if you have nowhere to do it but in your own living room.

Read the directions, even if you don’t follow them.

Do NOT read beauty magazines, they will only make you feel ugly.

Get to know your parents, you never know when they’ll be gone for
good.

Be nice to your siblings; they are the best link to your past and the
people most likely to stick with you in the future.

Understand that friends come and go, but for the precious few you
should hold on. Work hard to bridge the gaps in geography and
lifestyle because the older you get, the more you need the people you
knew when you were young.

Live in New York City once, but leave before it makes you hard; live
in Northern California once, but leave before it makes you soft.

Travel.

Accept certain inalienable truths, prices will rise, politicians will
philander, you too will get old, and when you do you’ll fantasize
that when you were young prices were reasonable, politicians were
noble and children respected their elders.

Respect your elders.

Don’t expect anyone else to support you. Maybe you have a trust fund,
maybe you have a wealthy spouse; but you never know when either one
might run out.

Don’t mess too much with your hair, or by the time you're 40, it will
look 85.

Be careful whose advice you buy, but, be patient with those who
supply it. Advice is a form of nostalgia, dispensing it is a way of
fishing the past from the disposal, wiping it off, painting over the
ugly parts and recycling it for more than
it’s worth.

But trust me on the sunscreen…


Baz Luhrman

sexta-feira, fevereiro 10, 2006

O melhor trabalho



Tu rezas mãe
pela boa colheita
pela passagem de mais um ano
por mim que estou longe e não escrevo.
Eu falo do sol dentro da casa
e da coruja que canta
no cimo dos pinheiros.
Não sei quem faz
o melhor trabalho.
Mas é no teu rosto
que o sol lavra a terra.

Izidro Alves (in Terna Ausência, Ed. Porta do Cavalo)

quinta-feira, fevereiro 09, 2006

desta porta tenho a chave

Cântico

Voz do meu amado ei-lo que chega
corre pelos montes salta nas colinas

O meu amado é semelhante a um gamo ou a uma cria de gazela
ei-lo por detrás dos nossos muros
olha pelas janelas espreita pelas frinchas

Fala o meu amado e diz-me
levanta-te minha amada minha bela vem para mim
pois o inverno já acabou a chuva passou de vez
despontam as flores na terra chegou o tempo das canções
ouve-se na nossa terra a voz da rola
a figueira brota seus frutos e a vinha florida exala perfume
levanta-te minha amada minha bela vem para mim.


excerto do "Cântico dos cânticos"
(tradução do hebraico de José Tolentino Mendonça, Ed. Cotovia)

count the ways

How do I love thee? Let me count the ways.
I love thee to the depth and breadth and height
My soul can reach, when feeling out of sight
For the ends of Being and ideal Grace.

I love thee to the level of everyday's
Most quiet need, by sun and candle-light.
I love thee freely, as men strive for Right;
I love thee purely, as they turn from Praise.

I love thee with a passion put to use
In my old griefs, and with my childhood's faith.
I love thee with a love I seemed to lose

With my lost saints, --- I love thee with the breath,
Smiles, tears, of all my life! --- and, if God choose,
I shall but love thee better after death.


Elizabeth Barret Browning (1806 - 1861)
Sonnets from the Portuguese

www.webterrace.com/browning/poems.htm

desafio

Ok, micas, aceito o desafio!
(tenho sempre dificuldade em responder a "listas" de coisas...
nunca sei o que escolher!)

aqui fica:


Quatro empregos que já tive na vida:

1. Estudante conta?
2. Estagiária (só de lembrar dá-me vómitos)
3. O que faço agora
4. ...
(vale o trabalho não remunerado, mas delicioso do teatro?)


Quatro filmes que posso ver vezes sem conta
(esta é daquelas listas que não consigo fazer!)

1. Dogville
2. Tim Burton & Johnny Depp ;-)
3. Música no Coração (memórias de infância) e Chicago (sei lá porquê!)
4. Habla con ela; tudo sobre a minha mãe
e muitos outros

Quatro sítios onde vivi:

1. my home town
2. Coimbra
3. Ljubljiana (foi só um mês, não sei se conta)
4. ...

Quatro séries televisivas que não perco:

(perco muitas vezes, mas vou vendo)

1. CSI
2. Sopranos
3. 24
4. Friends


Quatro sítios onde estive de férias:

1. Eslovénia
2. Paris
3. Salvador da Bahia
4. e no Algarve, claro...
mas também algumas escapadelas fantásticas para: Montemor-o-Novo (sozinha no silêncio), São Pedro do Muel (a loucura!), Porto Covo/Sines (com o gang da carrinha branca!), Belmonte e Serra da Estrela, etc.

Quatro dos meus pratos preferidos:

1. o que me cozinharem é bom!
2. tudo o que tiver caril e outros temperos fortes
3. tudo o que tiver chocolate ;-)
4. petiscos

Quatro Websites que visito diariamente:

1. Blogs vários
2. Mails
3. google
4. vários relacionados com trabalho

Quatro sítios onde gostaria de estar agora:
(outra das difíceis...)

1. Fora de Coimbra!
2. Qualquer sítio com lareira e uma boa conversa!
3. num bom workshop/ estágio/ curso de teatro em qualquer um destes sítios: Brasil, Dinamarca, Polónia, Inglaterra,
4. na Patagónia (Micas, encontramo-nos lá!)


e pronto, não doeu nada!

quarta-feira, fevereiro 08, 2006

domingo, fevereiro 05, 2006

Match Point


porque, afinal, a sorte
é importante


(adorei este woody allen britânico!)

sexta-feira, fevereiro 03, 2006

só mais um!

Em qualquer parte um homem
discretamente morre

Ergueu uma flor
Levantou uma cidade

Enquanto o sol perdura
ou uma nuvem passa
surge uma nova imagem

Em qualquer parte um homem
abre o seu punho e ri

Ramos Rosa

Outro poema

Não posso adiar o amor para outro século
não posso
ainda que o grito sufoque na garganta
ainda que o ódio estale e crepite e arda
sob montanhas cinzentas
e montanhas cinzentas

Não posso adiar este abraço
que é uma arma de dois gumes
amor e ódio

Não posso adiar
ainda que a noite pese séculos sobre as costas
e a aurora indecisa demore
não posso adiar para outro século a minha vida
nem o meu amor
nem o meu grito de libertação

Não posso adiar o coração

Ramos Rosa

Queda

Meus membros rotos
esta agulha de claridade
um nome de estrela
A terra não se abre ao segredo das noites
as árvores insurgiram-se nos olhos do meu amor
eu soluço à noite e não ouço o teu grito
Há terra fria em minhas mãos sem nervos
Um rochedo de força suspensa
vela enquanto tombo sobre o meu rosto

António Ramos Rosa

Já tenho este livro há anos, mas é agora que faz sentido.

anti-virus

deve ter sido castigo...
não foi só a neura que se instalou:
ontem o meu computador foi atacado por um virus
(logo depois de ter feito uma actualização do norton...)
agora, coitadinho, tem de ir para o "hospital dos computadores"
e eu, fico sem vício...

quinta-feira, fevereiro 02, 2006

neura

declaro instalada
a primeira neura de 2006...

(alguém tem um anti-virus ?)

quarta-feira, fevereiro 01, 2006

sorry...

desculpem,
meus poucos mas fieis
visitantes,
estes meus ataques de letras de músicas

muitas nem sequer as oiço regularmente
mas aparecem-me, assim, quando acordo

e ficam na minha cabeça, horas e horas...

Eleanor Rigby

Ah, look at all the lonely people
Ah, look at all the lonely people

Eleanor Rigby picks up the rice in the church where a wedding has been
Lives in a dream
Waits at the window, wearing the face that she keeps in a jar by the door
Who is it for?

All the lonely people
Where do they all come from?
All the lonely people
Where do they all belong?

Father McKenzie writing the words of a sermon that no one will hear
No one comes near.
Look at him working.
Darning his socks in the night when there's nobody there
What does he care?

All the lonely people
Where do they all come from?
All the lonely people
Where do they all belong?

Eleanor Rigby died in the church and was buried along with her name
Nobody came
Father McKenzie wiping the dirt from his hands as he walks from the grave
No one was saved

All the lonely people
Where do they all come from?
All the lonely people
Where do they all belong?


The Beatles

www.levity.com/brooklyn/Working/EleanorRigby-S.html