domingo, abril 27, 2008

invisível

invisível não me perco pelas ruas mas em mim

está escuro e não sei

o silêncio e a porta que não abri

onde estavas tu e a tua mão aberta

ao desejo invisível do corpo

aqui há arvores e sonhos e nuvens e pessoas

perdida invisível em mim não sei

talvez caída atirada perdida numa vala

o abismo que não vi invisível e perdida

nas ruas não me perco mas em mim

não nos pensamentos mas na vida

perdida que não vai por onde a guio

não vai não vai não vai

invisível onde os sonhos fugitivos e escuros

estou perdida e não me vês amor perdida

no escuro não me perco mas em mim

e nas ruas eu perdi e perderam-me

e eu invisível de mim não sei mais não sei mais

o escuro e o meu corpo e o escuro

nas tuas mãos nem o amor invisível

e eu perdida perdida perdida

não sei por onde ando

mas deve ser por aqui dizem

que encontro as tuas mãos invisíveis

onde não me perco mas em mim

4 comentários:

Anónimo disse...

Alguns versos que aqui estão, tendo em conta o que já li teu, são dos que mais gosto.
Um abraço.

natalie disse...

obrigada. é escrita automática, ou escrita branca: escrevi de "enfiada" sem pensar muito e depois só dividi as frases.
bjs

Anónimo disse...

pois... sente-se para escrever e pensa-se para dividir...
bj

JulieSkywalker disse...

temos poetiza ;)


Para quando uma tertúlia das nossas?

beijinhos