domingo, setembro 29, 2013

quebrar o ciclo







a única maneira de quebrar este ciclo é contrariar o "não fazer nada", mesmo que custe muito muito muito fazer alguma coisa...

não posso dizer que esteja totalmente prostrada, mas preciso arriscar fazer coisas diferentes e é isso que está a custar.
esta semana tive uma ajuda: MM, que já não via há 5 anos, convidou-me para tomar café, o que foi um incentivo para depois ir ao cinema. conversar com alguém que não gira à volta do meu círculo de amigos habitual também me fez bem. 
a conversa e o sítio onde estivemos transportou-me para momentos felizes, intensos, passados com pessoas que agora quase não vejo.

não estou nostálgica, nem quero, ainda que pudesse, voltar a esse tempo.

mas percebi uma coisa que me ajudou a crescer num momento em que também me encontrava mal, a sofrer de uma solidão terrível, falta de perspectivas, medo e ansiedade quanto ao futuro : tive a sorte de ter a companhia de pessoas serenas, que me olharam tendo em conta o meu potencial futuro e não a paralisia do presente. pessoas que agiam também em relação a elas próprias como se os seus desejos ou metas já estivessem a acontecer no presente. o facto de acreditarem na realização do  seu potencial e agirem na direcção dos seus desejos, mas sem angústia, com alegria e amor, fez-me acreditar que também eu podia sonhar o que parecia impossível.
até que, num inesperado salto quântico, todos nós nos aproximamos do que queríamos.

acho que é isso que preciso neste momento: traçar alguns sonhos/ objectivos por mais impossíveis que sejam, e agir como se já estivessem aqui, no presente, fazendo-os acontecer. 
mas também sair do ciclo acção-reacção dos comportamentos.

há tempos li uma frase num site sobre yoga que era qualquer coisa assim: "não julgue os outros pelos seus comportamentos, mas sim pela sua essência, o seu ser."
parece estranho e contrário ao que tenho vindo a aprender a partir do teatro e do meu trabalho: que as pessoas são o que fazem, que são as acções (e não as palavras, por exemplo) que mostram o que a pessoa realmente é.

o que eu interpreto da frase é que as nossas acções/ comportamentos são muitas vezes condicionados por inúmeras circunstâncias e factores internos e externos, muito lixo emocional e intelectual acumulado, que nos colocam num ciclo de acções/ reacções (o tal de karma), ocultando e impedindo o acesso ao nosso ser.
mas quando olhamos, para nós ou para os outros, tentando ver para além desse lixo, acreditando em todo o potencial da pessoa, estamos a dar-nos e a dar aos outros a oportunidade para quebrar o ciclo.

talvez não seja algo que se possa fazer com toda a gente - não creio que consiga, por exemplo, ter este olhar para com alguns comportamentos mais gravosos - mas sei por experiência própria que em algumas situações resulta.



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