domingo, novembro 29, 2009

quinta-feira, novembro 26, 2009

“fico admirado quando alguém, por acaso e quase sempre
sem motivo, me diz que não sabe o que é o amor.
eu sei exactamente o que é o amor. o amor é saber
que existe uma parte de nós que deixou de nos pertencer.
o amor é saber que vamos perdoar tudo a essa parte
de nós que não é nossa. o amor é sermos fracos.
o amor é ter medo e querer morrer.”



José Luís Peixoto
A criança em ruínas

domingo, novembro 22, 2009

terça-feira, novembro 17, 2009

risque o que não interessa

idiossincrática tímida serena inadaptada simples lenta ansiosa interessada corajosa amiga inconformada leal complicada que-ferve-em-pouca-água interessante certinha a-rebentar luminosa curiosa parada energética cerebral leve cobarde intuitiva encaracolada com-pés-na-terra complexa prolixa do-contra hipócrita brincalhona espontânea autoritária sintética histérica sensata surda controlada criativa assertiva solidária reservada aberta tolerante esquecida voraz compreensiva sonhadora abrangente ignorante prática conformada inteligente emotiva indecisa pensativa mulher em-paz inconstante sensível paranóica musical incansável faladora investigadora fraude receosa racional volátil conservadora medricas conversadora libertária familiar selvagem atenta estudiosa altruísta intensa amante impertinente iludida aérea convencional assimétrica fácil esotérica dura-de-roer melancólica furtiva revoltada concentrada em-experiência egocêntrica risonha generosa diferente preguiçosa rítmica ao-lado alegre utópica sem-ouvido antiga de-esquerda ligada dispersa retraída responsável meditativa quente bem-humorada yogui sedutora transformadora teimosa ingénua com-caroço deprimida explosiva consensual fria pequena do-campo cheia receptiva sumarenta fútil friorenta perdida imparcial zangada à-espera solitária encantada insegura louca dedicada dorminhoca altiva simpática flexível terra-a-terra dura na-defensiva persistente rabugenta tradicional baixinha actual sábia maldosa chorona avançada resolvida espiritual à-procura lutadora naif secreta vazia simples livre tímida idiossincrática...




tudo isto ou nada disto: risque o que não interessa

sábado, novembro 14, 2009

Jack Vettriano

quarta-feira, novembro 11, 2009

ética

Lobo Ibérico






hoje transformei-me em bicho.


acontece sempre que atacam uma das coisas para mim mais sagradas: a minha ética.


quanto mais (des)conheço as pessoas, mais gosto dos lobos.

arte, música, emoções, amor e evolução





Para ver com tempo.

segunda-feira, novembro 09, 2009

"A Viagem"

"A Viagem" ganhou a final do concurso nacional de teatro amador do Inatel, no Teatro Pax Julia, em Beja.

( obrigada por teres ido e palas fotografias lindas! um dia, com mais calma, conversamos sobre a "cultura amadora", seja lá o que isso for :) )


sexta-feira, novembro 06, 2009


"Todos os homens se nutrem, mas poucos sabem distinguir os sabores."

Confúcio




Há coisa de duas semanas tive uma experiência com uma conhecida empresa de produtos alegadamente naturais e nutritivos que servem basicamente para emagrecer. Calma, eu não me acho gorda. Acontece que recebi um convite para o que pensava ser a inauguração de um restaurante e acabei a beber chá e um "batido nutritivo" numa sala de um apartamento, numa roda de pessoas que bebiam chá e batidos e partilhavam a sua experiência ao género dos grupos de auto-ajuda.

Mal entrei e me pediram o nome e número de telefone, desconfiei. Recusei dar a minha data de nascimento e dei o número de telefone do meu emprego, mas não consegui voltar para trás e, confesso, tinha alguma curiosidade em saber como aquilo se passava.
Durante algum tempo eu fui a única pessoa "nova" na sala, os outros já eram clientes habituais e, por isso, as atenções estavam voltadas para mim, para me convencerem das vantagens em passar a almoçar chá e "batidos". E era tudo fantástico! todos eram formidáveis e maravilhosos! todos falavam dos produtos como se de um novo deus! uns tinham emagrecido, outros engordado, outros ainda sentiam-se menos rabujentos e mais satisfeitos consigo próprios! tudo com muitas exclamações, muito americano, muito motivacional, muito "Dale Carnegie".

O chá era bom, o batido, com sabor ligeiramente achocolatado, até se bebia. Passei a tarde a beber água e a correr para a casa de banho e, como me garantiram, senti-me saciada, leve e energética. Se continuasse a fazer o "programa" provavelmente emagreceria por estara a consumir tantos líquidos, o que, apesar de não estar gorda, faria bem à minha auto-estima, nem que fosse por conseguir voltar a caber nas calças de ganga de há dois anos.

Não faço a mínima ideia de que é feito o "batido nutritivo", mas até acredito que seja um bom produto, realmente nutritivo e blá-blá-blá. Mas o grande truque é mesmo a conversa. Apesar da minha desconfiança inicial, tentei manter-me receptiva e dei por mim quase embalada naquela "música". Alguém deprimido, com falta de auto-estima, insatisfeito com o seu corpo, facilmente se deixará levar pelo discurso motivacional que, aliado aos resultados alcançados, transforma o consumo daqueles produtos numa verdadeira "seita". Como todas as "vendas em pirâmide", aliás.
Como não voltei no dia seguinte, telefonaram-me. Delicadamente informei que não estava interessada em continuar. Se tivesse voltado, correria o risco de me tornar "uma delas", passaria a andar com autocolantes no carro e pins na lapela.

Ou não.

Porque, apesar de ser péssima cozinheira, adoro comer. Gosto de ter os alimentos na boca, de os mastigar, de saborear, de engolir, de sentir que, quando os como, começam a fazer parte de mim. Gosto do acto social de nos sentarmos à mesa para partilhar uma refeição cozinhada e preparada para aquele momento. Quando alguém nos oferece uma comida que cozinhou está a dar-nos, também, um pouco de si, do seu tempo, da sua criatividade e sensibilidade, oferece-nos o prazer e a possibilidade de comer.
E é também por isso que não tenho restrições alimentares que só farei se, por motivos de saúde, for obrigada. Como de tudo, carne, peixe, frutas, legumes, chinês, marroquino, indiano, fast-food, feijoada brasileira e cozido à portuguesa.
Já tentei ser vegetariana mas não senti necessidade de continuar a ser só vegetariana, embora tente comer carne com moderação. Cresci no campo, vi matanças de porco, torcer pescoços de galinhas e esfolar coelhos e as razões éticas para não comer animais, que admiro nos meus amigos vegetarianos, não me estão no sangue. Tento ser, como me disse uma amiga, "instintívora", ou seja, comer aquilo que o corpo "nos pede" em cada momento.
Claro que, encontrar o ponto de equilíbrio para comer bem e o que gostamos sem que nos faça muito mal, nomeadamente sem engordar muito, é muitas vezes uma tarefa difícil. E um dia pode ser necessário recorrer a medicamentos, dietas, chás ou "batidos nutritivos", desde que não nos faça mal, nos vicie, ou nos obrigue a uma lavagem ao cérebro.

quarta-feira, novembro 04, 2009

segunda-feira, novembro 02, 2009