domingo, dezembro 10, 2006

contos de fadas (2)




e se a princesa beijar o sapo
quem sairá do encanto?














"Alguns contos de fadas acentuam a longa e difícil evolução, que é a única coisa que permite o controle sobre o que parece animalistico em nós, enquanto, pelo contrário, outros contos se centralizam no choque do reconhecimento quando aquilo que parecia animal se revela como fonte de felicidade humana. O conto dos irmãos Grimm (O Rei-Sapo) pertence a esta última categoria.
(...)
De certo modo, o conto diz que, para poder amar, a pessoa tem primeiro de poder sentir; ainda que os sentimentos sejam negativos, isso é melhor do que não sentir. Ao princípio a princesa é totalmente egocentrica; (...) À proporção que o sapo se aproxima fisica e pessoalmente dela, mais fortes se vão tornando os seus sentimentos, enquanto ela se vai também tornando cada vez mais uma pessoa. Durante um longo período do desenvolvimento, ela obedece ao pai, mas cada vez se sente com mais força; no fim, afirma a sua independência indo contra as suas ordens. Tornando-se desta maneira ela própria, também o mesmo acontece ao sapo, que se transforma num príncipe."



Bruno Bettelheim, "Psicanálise dos contos de fadas", Bertrand

3 comentários:

Anónimo disse...

Interessante. É a primeira vez que leio algo sobre o assunto.
Ciao, principesca...:-)

Anónimo disse...

Ao beijar o sapo nada sairá, já terá saído. Para que á vontade de beijar saia é necessário ter visto no sapo o príncepe. Não há prícipe sem sapo nem sapo que não seja principe, depende só do nosso olhar.
Seria fatigante uma coisa sem a outra em todas as formas da vida fora e dentro de nós.
Boa partida...para o teu olhar...

Leonor

natalie disse...

obrigada!