Acabei de ver o filme Anna Karenina (na internet), e nunca li o livro, mas dá para perceber como a Keira Knightley é, mais uma vez, um erro de casting.
É muito bonita, tem uma presença interessante, mas quanto a interpretação, pelo menos neste filme e no último que vi com ela ("Um método perigoso"), está praticamente reduzida a "caras e bocas", o que, para uma personagem com a dimensão trágica da Karenina, é um desastre.
O problema não será só dela. Até acho interessante o facto de se ter optado por colocar o filme no teatro (não fosse o guião do Tom Stoppard), e há imagens e movimentações de cena muito bonitas (a cena do baile é deliciosa) mas no que diz respeito aos dramas vividos pelas personagens, é tudo tão rápido que, mesmo em duas horas de filme, fica-se com uma imagem pequena da obra de Tolstoy.
Perdem-se as contradições, a intensidade das emoções, as dificuldades geradas pelos dilemas morais, a própria paixão dos dois protagonistas parece fútil.
Não me admira nada que os russos tenham detestado o filme.
alguém que me fale bem do amor, que me faça acreditar que é possível sem teorias, nem psicologias, nem biologias, nem mistérios livre de todo o desencanto, amarguras, desencontros e traições sem desculpas, sem cansaços e rotinas sem passado e sem futuro alguém que me diga que o amor precisa só ser o amor e amar sem nada no meio só vontade de amar e dar o amor alguém que me diga que o amor pode ser que o amor é
(post-scriptum: a resposta ao pedido veio num abraço dado por alguém que mal conheço. obrigada.)