"Talvez cada dia devesse conter pelo menos uma infidelidade essencial ou uma traição necessária."
Hanif Kureishi, Intimidade
sábado, abril 28, 2007
sexta-feira, abril 27, 2007
não-agir
Pratica o não-agir,
executa o não-fazer,
saboreia o sem sabor,
considera o pequeno como o grande
e o pouco como o muito.
Ataca uma dificuldade nos seus elementos fáceis;
Realiza uma grande obra por pequenos actos.
A coisa mais difícil do mundo
reduz-se, afinal, a elementos fáceis.
A obra mais grandiosa realiza-se
necessariamente por pequenos actos.
O santo não empreende nada de grande
e pode assim realizar a sua própria grandeza.
Quem promete irreflectidamente raramente cumpre.
Quem julga que tudo é fácil encontra forçosamente muitas dificuldades.
O santo considera tudo difícil
e não encontra afinal nenhuma dificuldade.
Lao Tse, Tao te King
executa o não-fazer,
saboreia o sem sabor,
considera o pequeno como o grande
e o pouco como o muito.
Ataca uma dificuldade nos seus elementos fáceis;
Realiza uma grande obra por pequenos actos.
A coisa mais difícil do mundo
reduz-se, afinal, a elementos fáceis.
A obra mais grandiosa realiza-se
necessariamente por pequenos actos.
O santo não empreende nada de grande
e pode assim realizar a sua própria grandeza.
Quem promete irreflectidamente raramente cumpre.
Quem julga que tudo é fácil encontra forçosamente muitas dificuldades.
O santo considera tudo difícil
e não encontra afinal nenhuma dificuldade.
Lao Tse, Tao te King
quarta-feira, abril 25, 2007
domingo, abril 22, 2007
sábado, abril 21, 2007
sexta-feira, abril 20, 2007
Os amantes
I
És tu? Diz-me que sim!
Transforma-te, se não fores,
torna-te no que ninguém esquece,
abre-me o circulo a mim.
Irradia de ti
plena certeza. Levanto
Os braços enfunados pelo teu vento.
És tu? Diz-me que sim!
Mostra-te, leve, assim
como música que reconhecemos
pelo ar que a traz e longe ouvimos…
És tu? Diz-me que sim!
Chama e gelo vi
a envolverem-te num fogo ardente.
Repara, espero-te, distante:
És tu? Diz-me que sim!
Rainer Maria Rilke
És tu? Diz-me que sim!
Transforma-te, se não fores,
torna-te no que ninguém esquece,
abre-me o circulo a mim.
Irradia de ti
plena certeza. Levanto
Os braços enfunados pelo teu vento.
És tu? Diz-me que sim!
Mostra-te, leve, assim
como música que reconhecemos
pelo ar que a traz e longe ouvimos…
És tu? Diz-me que sim!
Chama e gelo vi
a envolverem-te num fogo ardente.
Repara, espero-te, distante:
És tu? Diz-me que sim!
Rainer Maria Rilke
domingo, abril 15, 2007
procura-se
"Rapaz alto que se sentou ao meu lado no teatro na noite de sábado. Trocámos palavras nas viagens da plateia móvel. No fim, despedimo-nos com um “adeus, até à próxima”.
É favor contactar a rapariga de cabelo aos caracóis."
É favor contactar a rapariga de cabelo aos caracóis."
(há uns meses uma amiga fez uma coisa parecida com isto. não deu grande resultado com ela, mas acabou por se divertir com a brincadeira! roubei-lhe a ideia porque me apeteceu marcar um momento irrepetível. só um destino muito generoso nos colocaria de novo lado a lado!)
sábado, abril 14, 2007
and now, for something completly different (3)
Intuição feminina
Mulher- diz-me uma coisa, mas a sério. (pausa)
Andaste com ela?
(Sorriso maroto dele)
Homem - porque é que fazes essa pergunta?
M - é pá…
(riso dela)
responde lá: andaste ou não?
(Sorriso maroto dela)
H - que interessa se andei ou não? (pausa. Um pouco mais sério) Muda alguma coisa?
(ela sorri)
M- não muda nada, mas tenho curiosidade! (Pausa)
Diz lá!
H –só se disseres para que é que queres saber.
M - por nada, já disse. (pausa) Intuição feminina.
H – mas… ela… disse-te alguma coisa?
M- a mim? Nada!
H - então, como…
M- pá, sei lá, intuição!
(Pausa)
Dizes ou não, caralho?
(Pausa)
H- ok, andei. Mas foi só uma vez!
M- eu sabia!
(ele irónico)
H- explica lá isso da intuição feminina: o que é que viste?
(Risos dela)
M -nada!
H- alguma coisa viste, ou ouviste. Alguém…
M – não, ninguém me disse nada.
(pausa)
H – então? Explica lá, como é que funciona isso! Agora é a tua vez de falar.
(Pausa)
M- pá… sei lá. É assim uma cena que se percebe, sabes? Pá, é tipo, uma química, uma faísca, e basta a gente sentir isso com uma “rival” que se percebe logo.
H- uma “rival”? (acentua “rival”)
(risos dele)
M - sim, ou… ex-rival, ou candidata, pá, sei lá! São cenas de gaja! Vocês não alcançam.
H - mas quê… sentiste ciúmes, foi isso? Ela… olhou para mim, ou coisa do género?
M -merda, pá! Não te sei explicar! Não é ciúmes. (enfática) Não tenho ciúmes!!!
(Reforça “ciúmes”)
É mais como… tipo, como se pudesse ler os pensamentos dela, entendes? Como se a minha pele comunicasse com a dela… e como se a dela me estivesse a dizer: “eu também já aí andei”…
(Pausa)
(ela hesita e procura as palavras. Ele olha para ela fixamente, incrédulo)
H - quê? Vocês, gajas, comunicam com a pele?
(Risos de estupefacção e de gozo.)
M – ai a merda... Porque é que não fico calada… já sabia que não ias entender nada. (Reforça “nada”).
(Ela faz intenção de se levantar, mas fica sentada, como se procurasse alguma coisa. Pega nos cigarros dele e começa a fumar um.)
Uma gaja percebe, entendes, quando outra já andou com o teu homem, uma gaja percebe. Estava curiosa para confirmar, só isso, nada de especial. Não penses que tenho ciúmes dela. Não tenho. (pausa)
Que merda, pá. Já fodi a noite.
(Fuma nervosa, evita olhar de frente para ele.) ( Pausa.)
(Ele procura a mão dela, ela tenta afastar. Ele volta a procurar a mão dela.)
H - não fiques assim.
(Beija-lhe a mão. Ela desvia os olhos, húmidos.)
(Ele procura os olhos dela.)
Foi só uma noite, “no big deal”, ok? Uma noite, há anos atrás, nunca mais quis nada com ela. Juro. (Pausa)
Olha pra mim. Olha para mim.
(Ela olha.)
Não estragaste nada a noite, ok? Não há problema nenhum, ok? (Pausa) Desculpa ter-me rido.
(Ela cede, com os olhos baixos na mesa, as mãos entrelaçam-se. Ele beija de novo a mão dela.)
Desculpa…
(Ela interrompe)
M - desculpa eu… não devia ter perguntado nada… afinal é uma cena tua, íntima, não tinhas nada que me contar… desculpa…. Não tenho ciúmes. A sério, não tenho!
(Ele beija-a.)
H- não tenhas mesmo (reforça “mesmo”). És muito melhor que ela.
(Ela afasta-se. Ríspida.)
M -e em que lugar é que estou no ranking?
H - é pá, foda-se! (acentua e prolonga “foda-se”)
(Ele pega num cigarro.)
O que queres que te diga, gaita? Amo-te, carago! AMO-TE! Quero que a gaja se foda, percebes, nem sequer me lembro da cara dela. (pausa) Não há ranking nenhum. (pausa) Só tu. (Pausa)
Merda. (quase a chorar)
(Os dois afastados. Fumam sem se olharem durante algum tempo. Vão começando a olhar um para o outro. Lentamente começam a rir. Ela a rir e a chorar ao mesmo tempo. As mãos entrelaçam-se em cima da mesa. Riem e choram)
M - somos tão estúpidos! Eu sou tão estúpida! Desculpa, desculpa, desculpa. (beija a mão dele)
H -meu amor! (em tom baixo, terno)
(Abraçam-se, beijam-se. )
M - e sabes? Acho que afinal tenho ciúmes, não te quero perto daquela cabra, ouviste?
(ele sorri terno, beija-a)
H- ok.
(Mais beijos e carícias.)
Vamos?
M- hum, hum.
Mulher- diz-me uma coisa, mas a sério. (pausa)
Andaste com ela?
(Sorriso maroto dele)
Homem - porque é que fazes essa pergunta?
M - é pá…
(riso dela)
responde lá: andaste ou não?
(Sorriso maroto dela)
H - que interessa se andei ou não? (pausa. Um pouco mais sério) Muda alguma coisa?
(ela sorri)
M- não muda nada, mas tenho curiosidade! (Pausa)
Diz lá!
H –só se disseres para que é que queres saber.
M - por nada, já disse. (pausa) Intuição feminina.
H – mas… ela… disse-te alguma coisa?
M- a mim? Nada!
H - então, como…
M- pá, sei lá, intuição!
(Pausa)
Dizes ou não, caralho?
(Pausa)
H- ok, andei. Mas foi só uma vez!
M- eu sabia!
(ele irónico)
H- explica lá isso da intuição feminina: o que é que viste?
(Risos dela)
M -nada!
H- alguma coisa viste, ou ouviste. Alguém…
M – não, ninguém me disse nada.
(pausa)
H – então? Explica lá, como é que funciona isso! Agora é a tua vez de falar.
(Pausa)
M- pá… sei lá. É assim uma cena que se percebe, sabes? Pá, é tipo, uma química, uma faísca, e basta a gente sentir isso com uma “rival” que se percebe logo.
H- uma “rival”? (acentua “rival”)
(risos dele)
M - sim, ou… ex-rival, ou candidata, pá, sei lá! São cenas de gaja! Vocês não alcançam.
H - mas quê… sentiste ciúmes, foi isso? Ela… olhou para mim, ou coisa do género?
M -merda, pá! Não te sei explicar! Não é ciúmes. (enfática) Não tenho ciúmes!!!
(Reforça “ciúmes”)
É mais como… tipo, como se pudesse ler os pensamentos dela, entendes? Como se a minha pele comunicasse com a dela… e como se a dela me estivesse a dizer: “eu também já aí andei”…
(Pausa)
(ela hesita e procura as palavras. Ele olha para ela fixamente, incrédulo)
H - quê? Vocês, gajas, comunicam com a pele?
(Risos de estupefacção e de gozo.)
M – ai a merda... Porque é que não fico calada… já sabia que não ias entender nada. (Reforça “nada”).
(Ela faz intenção de se levantar, mas fica sentada, como se procurasse alguma coisa. Pega nos cigarros dele e começa a fumar um.)
Uma gaja percebe, entendes, quando outra já andou com o teu homem, uma gaja percebe. Estava curiosa para confirmar, só isso, nada de especial. Não penses que tenho ciúmes dela. Não tenho. (pausa)
Que merda, pá. Já fodi a noite.
(Fuma nervosa, evita olhar de frente para ele.) ( Pausa.)
(Ele procura a mão dela, ela tenta afastar. Ele volta a procurar a mão dela.)
H - não fiques assim.
(Beija-lhe a mão. Ela desvia os olhos, húmidos.)
(Ele procura os olhos dela.)
Foi só uma noite, “no big deal”, ok? Uma noite, há anos atrás, nunca mais quis nada com ela. Juro. (Pausa)
Olha pra mim. Olha para mim.
(Ela olha.)
Não estragaste nada a noite, ok? Não há problema nenhum, ok? (Pausa) Desculpa ter-me rido.
(Ela cede, com os olhos baixos na mesa, as mãos entrelaçam-se. Ele beija de novo a mão dela.)
Desculpa…
(Ela interrompe)
M - desculpa eu… não devia ter perguntado nada… afinal é uma cena tua, íntima, não tinhas nada que me contar… desculpa…. Não tenho ciúmes. A sério, não tenho!
(Ele beija-a.)
H- não tenhas mesmo (reforça “mesmo”). És muito melhor que ela.
(Ela afasta-se. Ríspida.)
M -e em que lugar é que estou no ranking?
H - é pá, foda-se! (acentua e prolonga “foda-se”)
(Ele pega num cigarro.)
O que queres que te diga, gaita? Amo-te, carago! AMO-TE! Quero que a gaja se foda, percebes, nem sequer me lembro da cara dela. (pausa) Não há ranking nenhum. (pausa) Só tu. (Pausa)
Merda. (quase a chorar)
(Os dois afastados. Fumam sem se olharem durante algum tempo. Vão começando a olhar um para o outro. Lentamente começam a rir. Ela a rir e a chorar ao mesmo tempo. As mãos entrelaçam-se em cima da mesa. Riem e choram)
M - somos tão estúpidos! Eu sou tão estúpida! Desculpa, desculpa, desculpa. (beija a mão dele)
H -meu amor! (em tom baixo, terno)
(Abraçam-se, beijam-se. )
M - e sabes? Acho que afinal tenho ciúmes, não te quero perto daquela cabra, ouviste?
(ele sorri terno, beija-a)
H- ok.
(Mais beijos e carícias.)
Vamos?
M- hum, hum.
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and now for something completly different
terça-feira, abril 10, 2007
Cavalgar, cavalgar, cavalgar, pela noite, pelo dia, pela noite.
Cavalgar, cavalgar, cavalgar.
E a coragem tornou-se tão lassa e a saudade tão grande.
in "Canção de Amor e Morte do Jovem Porta-Estandarte Cristóvão Rilke", de Rainer Maria Rilke
- Espectáculo “O Monumento”, de Colleen Wagner, de 11 a 14 de Abril, às 21h30.
- Conversa: "O Papel do Teatro e da Arte como forma de intervenção pela Paz", dia 17 de Abril, às 18h00. Entrada Livre
- Espectáculo “Canção de Amor e Morte do Jovem Porta-Estandarte Cristóvão Rilke”, de 18 a 21 de Abril às 21h30 e dia 22 às 19h00.
www.teatrao.com
quinta-feira, abril 05, 2007
terça-feira, abril 03, 2007
london
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