sábado, março 09, 2013

as mulheres e os dias



1.



"Bolas, tomates, colhões. T-e-s-t-í-c-u-l-o-s.
“Símbolo da fertilidade”. Expoente máximo da masculinidade.
Simétricos, com silicone.
Suportes especiais, calças decotadas, enchumaços para realçar. As bolas.
Loiros, depilados.
Fotografias por todo o lado.
Planos reclinados, pernas entreabertas. Nas revistas, na bomba de gasolina, no mecânico, nos posters na parede. No supermercado.
Mulheres com histórias, profissões. Homens com tomates.
No cinema, na televisão.
Na náite.
Que bem que cantas com os testículos pendurados.
Apresentadores que mal fecham as pernas, pivots de telejornal."

(...)

daqui
vão lá ver os links. 





2.



(...) "Toda a moral que a humanidade erigiu durante séculos, com árduo esforço de severos filósofos e clérigos, apenas visa conceder mais sofisticação e verniz à ideia de que a mulher e a sua vagina estão ao serviço do homem. Quando Deus tirou uma costela de Adão e lhe soprou para dar vida a Eva estava na verdade a criar a primeira boneca insuflável. Ok, talvez a história bíblica não seja bem assim, mas não parece que o homem a tenha entendido de outra maneira.
Do cristianismo ao islão, dos animistas aos judeus, a coisa é tão evidente que só a cumplicidade púbere e a força bruta dos homens permite que se mantenham de pé quaisquer sistemas filosóficos ou doutrinas religiosas. Uma criança educada em Marte, longe da hipocrisia terrestre, haveria de notar ao fim de cinco minutos, escangalhando-se a rir, a trapaça inerente a toda a moral machista. O que os homens fazem, com uma seriedade tão mais hilariante quanto o tamanho da barba, é viciar o jogo da lógica para terem conas submissas e não sentirem remorsos por isso." (...)





3.






4.





Sem comentários: