terça-feira, maio 26, 2009

broken dreams





I walk along the street of sorrow,
The boulevard of broken dreams.
Where gigolo and gigolette
Can take a kiss without regret
So they forget their broken dreams.


You laugh tonight and cry tomorrow,
When you behold your shattered dreams.
And gigolo and gigolette
Awake to find their eyes are wet
With tears that tell of broken dreams.

Here is where you'll always find me,
Always walking up and down.
But I left my soul behind me
In an old cathedral town.

The joy you find here, you borrow,
You cannot keep it long, it seems.
But gigolo and gigolette
Still sing a song and dance along
The boulevard of broken dreams.

Here is where you'll always find me,
Always walking up and down.
But I left my soul behind me
In an old cathedral town.

The joy you find here, you borrow,
You cannot keep it long, it seems.
But gigolo and gigolette
Still sing a song and dance along
The boulevard of broken dreams.

segunda-feira, maio 25, 2009

M.









(é demasiado triste, demasiado trágico... ver assim um trajecto a nu, a fuga, o desespero, a vontade de recomeçar, a luta, os sonhos, a alegria, a desilusão, o prazer, o encanto, a energia, os erros, as conquistas, a inocência, os enganos e por fim o fazer sem prazer da prostituta... e dói mais porque de uma forma ou de outra também fizemos parte desse percurso. "estou aqui para ser usado!" dizia-nos. será que ainda quer, gosta, de ser usado? e no entanto, a vida é circular... a prostituta dorme, pronta para um novo cliente. talvez um lhe devolva o prazer e vá a tempo de lhe beijar os olhos... )







domingo, maio 24, 2009

dança de roda




de ARTHUR Schnitzler
no Pólo 2 da ESEC
pelo 4º ano do Curso de Teatro e Educação

REPOSIÇÃO: 29, 30 e 31 de Maio

sábado, maio 23, 2009

sexta-feira, maio 22, 2009

O TERCEIRO

Em casa da minha avó paterna
chamava-se terceiro à espécie
de arrecadação de dois andares
que ficava ao fundo de um corredor.
Era para onde fugíamos sempre
que encontrávamos a porta
aberta – e a aventura valia bem
a reprimenda. O terceiro

era arriscado e umbroso, as telhas
coavam o ar da tarde onde dançava
uma poeira lenta e muito antiga.
Grandes aranhas negras e nervosas
pareciam vigiar o que restara
da infância do meu pai
e seus irmãos: cromos das Raças

Humanas, revistas com desenhos
humorísticos onde homens e mulheres
usavam sempre chapéu. Um mundo
desaparecido, morto havia décadas –
como se a casa, na sua difícil progressão
para o futuro, se tivesse esquecido
do terceiro no passado. Bem vistas
as coisas, porém, a verdade era outra:

o terceiro adiantara-se, tinha chegado
mais cedo ao destino que aguardava
tudo o resto. A avó, a casa inteira –
e a parte de mim que lhes pertencia.
Esta relação de ausências é contrária
ao emprego das palavras. E é por isso
que eu não sei acabar este poema.


Rui Pires Cabral
Longe da Aldeia
(Averno, 2005)


(obrigada!)

quarta-feira, maio 20, 2009

sótão


Julie Blackmon


(no fundo, sou uma pequena fraude...)

Natureza




A Natureza é um templo onde vivos pilares
Pronunciam por vezes palavras ambíguas;
O homem passa por ela entre bosques de símbolos
Que o vão observando em íntimos olhares.

Em prolongados ecos, confusos, ao longe,
Numa só tenebrosa e profunda unidade,
Tão vasta como a noite e como a claridade,
Correspondem-se as cores, os aromas e os sons.

Há perfumes tão frescos como a jovem carne,
Doces como oboés e verdes como prados,
– E há outros triunfantes, ricos, corrompidos,

Que se expandem no ar como coisas sem fim,
Como o âmbar, o almíscar, o incenso, o benjoim,
E cantam os arroubos da alma e dos sentidos



Charles Baudelaire




(obrigada! já percebi a troca das letras! é o que dá fazer copy-pastes à pressa :-p)

segunda-feira, maio 18, 2009


Alison Brady

sábado, maio 16, 2009

the lake


The Lake - Antony & The Johnsons






In spring of youth it was my lot
To haunt of the wide world a spot
The which I could not love the less--
So lovely was the loneliness
Of a wild lake, with black rock bound,
And the tall pines that towered around.

But when the Night had thrown her pall
Upon that spot, as upon all,
And the mystic wind went by
Murmuring in melody--
Then--ah then I would awake
To the terror of the lone lake.

Yet that terror was not fright,
But a tremulous delight--
A feeling not the jewelled mine
Could teach or bribe me to define--
Nor Love--although the Love were thine.

Death was in that poisonous wave,
And in its gulf a fitting grave
For him who thence could solace bring
To his lone imagining--
Whose solitary soul could make
An Eden of that dim lake.


Edgar Allan Poe




(decisões difíceis: ter de recusar um convite para ir ver antony em braga...)

quinta-feira, maio 14, 2009

coelhos suicidas












The Book of Bunny Suicides
Andy Riley

quarta-feira, maio 13, 2009






Anne Teresa De Keersmaeker

domingo, maio 10, 2009

sábado, maio 09, 2009

quinta-feira, maio 07, 2009

corpo poético

(...)
"El análisis de los movimientos, por último, saca a la luz algunas leyes generales que yo resumiría de la siguiente manera:

1. no hay acción sin reacción;
2. el movimiento es continuo, avanza sin cesar;
3. el movimiento proviene siempre de un desequilibrio a la busqueda del equilibrio;
4. el equilibrio mismo está en movimiento;
5. no hay movimiento sin punto fijo;
6. el movimiento pone en evidencia el punto fijo;
7. el punto fijo también está en movimiento.

Estos principios pueden completarse con las resultantes del juego permanente entre equilibrio e desequilibrio de las fuerzas, que son las oposiciones (para mantenerse de pie el hombre se opone a la gravedad...), las alternancias (el dia se alterna con la noche, como la risa con el llanto...), las compensaciones (llevar una maleta en el brazo izquierdo obliga a compensar el peso levantando el brazo opuesto...)."


Jacques Lecoq, "El cuerpo poético"






terça-feira, maio 05, 2009

Labirinto

Não haverá nunca uma porta. Estás dentro
E o alcácer abarca o universo
E não tem nem anverso nem reverso
Nem externo muro nem secreto centro.
Não esperes que o rigor de teu caminho
Que teimosamente se bifurca em outro,
Que teimosamente se bifurca em outro,
Tenha fim. É de ferro teu destino
Como teu juiz. Não aguardes a investida
Do touro que é um homem e cuja estranha
Forma plural dá horror à maranha
De interminável pedra entretecida.
Não existe. Nada esperes. Nem sequer
A fera, no negro entardecer.




"O Elogio da Sombra", Jorge Luís Borges

Este post contém liguagem considerada chocante


A primeira vez que comprei este livro foi num hipermercado. Não no que agora proibiu a sua venda, mas na concorrência. Não me lembro se já tinha ouvido falar ou se foi a primeira página que me entusiasmou. Li-o de uma assentada. Ainda por cima tinha tido recentemente um seminário intensivo com uma carismática professora brasileira, uma senhora com quase 80 anos, e automaticamente passei a ouvir a voz dela enquanto lia, o que tornou a leitura ainda mais divertida!

A segunda vez que o comprei foi numa livraria, para oferecer. Quando fui pagar o rapaz da caixa olhou para mim com uma cara de espanto, começou a dizer coisas sem sentido, e que o “livro tinha erros”... parecia querer convencer-me a não o comprar... disse-me até que "dentro do mesmo género gostava mais do “O meu pipi”, que estava com muita saída". Nunca li, mas não acredito que seja melhor que "os budas"...

Aqui fica um pequno excerto:


(…) "Aliás, fode-se muito bem em Portugal, ao contrário do que eu suponho ser a opinião generalizada. Mas eu quase nunca gozava com o Zé Nuno, porque, no momento culminante, ele urrava “não t’acanhes, não t’acanhes!”, e meu ponto G acionava o disjuntor no ato, eu entrava em crises de riso e depois roçava a bunda dele, ele adorava, embora fosse machíssimo como todo português, inclusive os veados – paneleiros, para ficar com a usança portuguesa e emprestar alguma cor local à narrativa -, os paneleiros que se juntam nos arredores do Campo Pequeno, onde se fazem ash curridash d’toirosh em L’shboa e vão trabalhar como forcados, que são uma espécie de veados parrudos que vão enfrentar os touros no peito. "

João Ubaldo Ribeiro, "A casa dos Budas Ditosos"


domingo, maio 03, 2009

ontem






(festa, amigos, vinho, anos 80!)

sexta-feira, maio 01, 2009


Martha Graham