terça-feira, maio 05, 2009

Este post contém liguagem considerada chocante


A primeira vez que comprei este livro foi num hipermercado. Não no que agora proibiu a sua venda, mas na concorrência. Não me lembro se já tinha ouvido falar ou se foi a primeira página que me entusiasmou. Li-o de uma assentada. Ainda por cima tinha tido recentemente um seminário intensivo com uma carismática professora brasileira, uma senhora com quase 80 anos, e automaticamente passei a ouvir a voz dela enquanto lia, o que tornou a leitura ainda mais divertida!

A segunda vez que o comprei foi numa livraria, para oferecer. Quando fui pagar o rapaz da caixa olhou para mim com uma cara de espanto, começou a dizer coisas sem sentido, e que o “livro tinha erros”... parecia querer convencer-me a não o comprar... disse-me até que "dentro do mesmo género gostava mais do “O meu pipi”, que estava com muita saída". Nunca li, mas não acredito que seja melhor que "os budas"...

Aqui fica um pequno excerto:


(…) "Aliás, fode-se muito bem em Portugal, ao contrário do que eu suponho ser a opinião generalizada. Mas eu quase nunca gozava com o Zé Nuno, porque, no momento culminante, ele urrava “não t’acanhes, não t’acanhes!”, e meu ponto G acionava o disjuntor no ato, eu entrava em crises de riso e depois roçava a bunda dele, ele adorava, embora fosse machíssimo como todo português, inclusive os veados – paneleiros, para ficar com a usança portuguesa e emprestar alguma cor local à narrativa -, os paneleiros que se juntam nos arredores do Campo Pequeno, onde se fazem ash curridash d’toirosh em L’shboa e vão trabalhar como forcados, que são uma espécie de veados parrudos que vão enfrentar os touros no peito. "

João Ubaldo Ribeiro, "A casa dos Budas Ditosos"


2 comentários:

moço disse...

O mais irónico é que passei a associar o nome de um dos supermercados que proibiu o livro, a um item de filmes porno: Jumbo.

Soa a coisa de muitos centímetros.

natalie disse...

looooooooooooooooool
(ainda estou a rebolar de riso!)