as pessoas oferecem-nos
se estivermos atentos
imagens tão belas, delicadas, profundas, trágicas, tristes, divertidas, intensas...
e eu, quando as apanho, fico com elas, a bailar na minha cabeça
a pensar na melhor maneira de cuidar delas
na melhor maneira de as devolver
devolve-las à vida
dar-lhes existência
pari-las
e mostrá-las
porque todas estas imagens
são a matéria que nos faz
humanos
por isso, recebo-as com generosidade
coloco-as, delicadamente, num local seguro
e fértil
como uma folha de papel
ou simplesmente
no meu coração
e alimento-as diariamente
para que um dia cresçam
e se exprimam
através do meu corpo
usando-me como suporte
matéria, canal
e, assim, completando-se o ciclo
nos reconheçamos de novo
irmãos, humanos, vivos.
quinta-feira, novembro 03, 2011
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