sexta-feira, fevereiro 26, 2010
quinta-feira, fevereiro 25, 2010
mulheres
As mulheres aspiram a casa para dentro dos pulmões
E muitas transformam-se em árvores cheias de ninhos - digo,
As mulheres - ainda que as casas apresentem os telhados inclinados
Ao peso dos pássaros que se abrigam.
É à janela dos filhos que as mulheres respiram
Sentadas nos degraus olhando para eles e muitas
Transformam-se em escadas
Muitas mulheres transformam-se em paisagens
Em árvores cheias de crianças trepando que se penduram
Nos ramos - no pescoço das mães - ainda que as árvores irradiem
Cheias de rebentos
As mulheres aspiram para dentro
E geram continuamente. Transformam-se em pomares.
Elas arrumam a casa
Elas põem a mesa
Ao redor do coração.
Daniel Faria
E muitas transformam-se em árvores cheias de ninhos - digo,
As mulheres - ainda que as casas apresentem os telhados inclinados
Ao peso dos pássaros que se abrigam.
É à janela dos filhos que as mulheres respiram
Sentadas nos degraus olhando para eles e muitas
Transformam-se em escadas
Muitas mulheres transformam-se em paisagens
Em árvores cheias de crianças trepando que se penduram
Nos ramos - no pescoço das mães - ainda que as árvores irradiem
Cheias de rebentos
As mulheres aspiram para dentro
E geram continuamente. Transformam-se em pomares.
Elas arrumam a casa
Elas põem a mesa
Ao redor do coração.
Daniel Faria
segunda-feira, fevereiro 22, 2010
meditação: luz
"Todos os pensamentos, todas as palavras existem antes de serem pensados, pronunciadas. Surgem das imagens e estas surgem das alterações de luz. O que são as coisas que vemos senão a luz que cabe nelas? Mudando a luz, entre o escuro e o claro, entramos nesse universo primordial ondem moram os pequenos guardiões do inconsciente. Se batermos à sua porta, eles dizem-nos o que precisamos ouvir, mostram-nos o que devemos ver. Mas só nesse minuto em que as luzes passam do escuro para o claro, ou ao contrário."
(11-11-2002)
(11-11-2002)
sexta-feira, fevereiro 19, 2010
sábado, fevereiro 13, 2010
quarta-feira, fevereiro 10, 2010
segunda-feira, fevereiro 08, 2010
fade out
e de repente
tudo me parece agressivo, invasivo
(bicudo, e não arredondado e fluido)
principalmente as perguntas
que querem extrair - o quê? - de mim
uma informação, uma reflexão, uma opinião, um qualquer ensinamento, nada que valha a pena, seja como for.
perguntas invasivas, que picam, que me transformam numa máquina de respostas. para quê?
e, céus, será que já ninguém conversa sem fazer perguntas?
que saudades de deixar o pensamento ir, sem me deter demasiado no que estou a dizer, sem me julgar, sem que tomem o que digo como algo definitivo e importante, mas apenas um pensamento, uma respiração, que segue o seu caminho e reaparece depois, transformado pela conversa, pela respiração dos outros. um pensamento que reorganiza o que havia antes, que cria o caos para o que vem depois. um pensamento livre, criativo. que saudades da troca e não deste aparente diálogo que não deixa espaço para o pensamento que cria, que faz crescer.
e, céus, que dificuldade têm as pessoas em receber.
todos querem falar e ninguém quer ouvir. quem ouve apenas espera a deixa para ver se o que é dito encaixa no seu discurso e volta então ao seu monólogo. e se, por acaso, não encaixa, se há qualquer perplexidade, então, em vez do silêncio criativo, que ajuda a ir mais além, lá vem mais uma pergunta estéril, que divide o pensamento em sim ou não, certo ou errado, bom ou mau.
eu, que passo o dia a ouvir histórias, a ouvir (e fazer) perguntas e a dar respostas, estou cansada. cansada também dos raciocínios, às vezes retorcidos, às vezes lógicos, dos outros, mas que contaminam os meus.
como me disseram uma vez, preciso de surrealismo na minha vida. de aprender a contrariar todas as lógicas.
e neste momento, preciso essencialmente de respirar fundo, encontrar o circulo, contornar os bicos e esquinas que me aparecem pela frente.
e mergulhar no vazio criativo do pensamento.
sem julgar.
tudo me parece agressivo, invasivo
(bicudo, e não arredondado e fluido)
principalmente as perguntas
que querem extrair - o quê? - de mim
uma informação, uma reflexão, uma opinião, um qualquer ensinamento, nada que valha a pena, seja como for.
perguntas invasivas, que picam, que me transformam numa máquina de respostas. para quê?
e, céus, será que já ninguém conversa sem fazer perguntas?
que saudades de deixar o pensamento ir, sem me deter demasiado no que estou a dizer, sem me julgar, sem que tomem o que digo como algo definitivo e importante, mas apenas um pensamento, uma respiração, que segue o seu caminho e reaparece depois, transformado pela conversa, pela respiração dos outros. um pensamento que reorganiza o que havia antes, que cria o caos para o que vem depois. um pensamento livre, criativo. que saudades da troca e não deste aparente diálogo que não deixa espaço para o pensamento que cria, que faz crescer.
e, céus, que dificuldade têm as pessoas em receber.
todos querem falar e ninguém quer ouvir. quem ouve apenas espera a deixa para ver se o que é dito encaixa no seu discurso e volta então ao seu monólogo. e se, por acaso, não encaixa, se há qualquer perplexidade, então, em vez do silêncio criativo, que ajuda a ir mais além, lá vem mais uma pergunta estéril, que divide o pensamento em sim ou não, certo ou errado, bom ou mau.
eu, que passo o dia a ouvir histórias, a ouvir (e fazer) perguntas e a dar respostas, estou cansada. cansada também dos raciocínios, às vezes retorcidos, às vezes lógicos, dos outros, mas que contaminam os meus.
como me disseram uma vez, preciso de surrealismo na minha vida. de aprender a contrariar todas as lógicas.
e neste momento, preciso essencialmente de respirar fundo, encontrar o circulo, contornar os bicos e esquinas que me aparecem pela frente.
e mergulhar no vazio criativo do pensamento.
sem julgar.
sábado, fevereiro 06, 2010
quarta-feira, fevereiro 03, 2010
terça-feira, fevereiro 02, 2010
MAGIA IMAGINAÇÃO
Na primeira manhã, quem vem lá?, quem tem medo?
Meu nome é Peter Pan, mas pra já é segredo
A magia, a imaginação
Que eu trazia na minha mão
Na manhã a seguir, o lugar, o segundo
Sou de Alcácer-Quibir, sou do mar, sou do mundo
A magia, as voltas do Marão
Que eu trazia no meu refrão
Não sei pedir-te por favor
Só te sei falar
Com gestos e com palavrões
E seja lá isso o que for
Eu não vou ficar
A falar com os meus botões
A magia, a imaginação
Que eu trazia na minha mão
Na terceira manhã, o olhar, o chuveiro
Vou morder a maçã, vou estudar o teu cheiro
A magia, a força de Sansão
Que eu trazia no coração
Júlio Pereira e Maria João, ouvir aqui
(thanks :) )
Na primeira manhã, quem vem lá?, quem tem medo?
Meu nome é Peter Pan, mas pra já é segredo
A magia, a imaginação
Que eu trazia na minha mão
Na manhã a seguir, o lugar, o segundo
Sou de Alcácer-Quibir, sou do mar, sou do mundo
A magia, as voltas do Marão
Que eu trazia no meu refrão
Não sei pedir-te por favor
Só te sei falar
Com gestos e com palavrões
E seja lá isso o que for
Eu não vou ficar
A falar com os meus botões
A magia, a imaginação
Que eu trazia na minha mão
Na terceira manhã, o olhar, o chuveiro
Vou morder a maçã, vou estudar o teu cheiro
A magia, a força de Sansão
Que eu trazia no coração
Júlio Pereira e Maria João, ouvir aqui
(thanks :) )
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