"Púchkov disse:
- A mulher é uma máquina do amor.
E apanhou logo com um murro nas ventas.
- Para que foi isso? - perguntou Púchkov.
Mas como não obteve resposta, continuou:
- O que eu penso é o seguinte: a mulher deve ser abordada por baixo. Efectivamente, as mulheres gostam disso e apenas fingem não gostar.
Nesse momento Púchkov levou outra vez nas ventas.
- Mas o que é isto, camaradas? Se continuam assim, eu interrompo já a aula - declarou Púchkov.
Porém, após uma pausa de uns quinze segundos, prosseguiu:
-A mulher é feita de tal maneira que é muito suave e húmida.
Neste momento Púchkov levou outra vez nas ventas.
Tentou fingir que não tinha reparado e continuou:
- Basta cheirarmos uma mulher...
Mas neste momento Púchkov apanhou tremenda murraça nas ventas que levou a mão à cara e declarou:
- Camaradas, é absolutamente impossível dar uma aula nestas condições. Se voltar a acontecer, suspendo-a.
Púchkov aguardou uns segundos e prosseguiu:
- Ora, onde íamos nós? Ah, pois. Temos portanto que a mulher gosta de se olhar. Senta-se diante do espelho toda nua...
Àquela palavra, Púchkov levou mais um murro nas ventas.
- Toda nua! - repetiu Púchkov.
Trás! Apanha ele nas ventas.
- Toda nua! - gritou Púchkov.
Trás! Leva ele nas ventas.
- Nua! Nua! Uma mulher nua! Uma gaja toda nua! - pôs-se Púchkov aos gritos.
Trás! Trás! Trás! Apanha ele nas ventas.
- Uma gaja toda nua com um tacho na mão!
Trás! Trás! choviam as pancadas em cima de Púchkov.
- O olho do cu de uma gaja! - gritava Púchkov, desviando-se da pancada. - Uma freira nua!
Mas neste momento Púchkov levou com tanta violência que perdeu os sentidos e caiu por terra, como que abatido.
12 de Outubro de 1940
- A mulher é uma máquina do amor.
E apanhou logo com um murro nas ventas.
- Para que foi isso? - perguntou Púchkov.
Mas como não obteve resposta, continuou:
- O que eu penso é o seguinte: a mulher deve ser abordada por baixo. Efectivamente, as mulheres gostam disso e apenas fingem não gostar.
Nesse momento Púchkov levou outra vez nas ventas.
- Mas o que é isto, camaradas? Se continuam assim, eu interrompo já a aula - declarou Púchkov.
Porém, após uma pausa de uns quinze segundos, prosseguiu:
-A mulher é feita de tal maneira que é muito suave e húmida.
Neste momento Púchkov levou outra vez nas ventas.
Tentou fingir que não tinha reparado e continuou:
- Basta cheirarmos uma mulher...
Mas neste momento Púchkov apanhou tremenda murraça nas ventas que levou a mão à cara e declarou:
- Camaradas, é absolutamente impossível dar uma aula nestas condições. Se voltar a acontecer, suspendo-a.
Púchkov aguardou uns segundos e prosseguiu:
- Ora, onde íamos nós? Ah, pois. Temos portanto que a mulher gosta de se olhar. Senta-se diante do espelho toda nua...
Àquela palavra, Púchkov levou mais um murro nas ventas.
- Toda nua! - repetiu Púchkov.
Trás! Apanha ele nas ventas.
- Toda nua! - gritou Púchkov.
Trás! Leva ele nas ventas.
- Nua! Nua! Uma mulher nua! Uma gaja toda nua! - pôs-se Púchkov aos gritos.
Trás! Trás! Trás! Apanha ele nas ventas.
- Uma gaja toda nua com um tacho na mão!
Trás! Trás! choviam as pancadas em cima de Púchkov.
- O olho do cu de uma gaja! - gritava Púchkov, desviando-se da pancada. - Uma freira nua!
Mas neste momento Púchkov levou com tanta violência que perdeu os sentidos e caiu por terra, como que abatido.
12 de Outubro de 1940
Daniil Kharms, "Três horas esquerdas"
(Marionet 2001)
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