segunda-feira, outubro 23, 2006

taça


















há um mês, última manhã em barcelona, regresso à sagrada família.
chovia (afinal sempre valeu a pena ter levado um impermeável)
e um "paquistanês" anunciava "para aguas" à entrada do metro.

como na primeira manhã
circulei à volta do templo.
mas desta vez não entrei, nem subi à cúpula da catedral.

antes,
encostei-me a uma parede e fiquei ali, só a olhar,
a chuva miudinha a molhar-me a face.
e agradeci.

porque (re)aprendi a receber,
e a abrir-me
como uma taça vazia
que tudo recebe e tudo dá.

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