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quarta-feira, junho 24, 2009
segunda-feira, junho 22, 2009
pequenas coisas ou o sabor da cereja (6)
O que são essas "pequenas coisas", que nos dizem que é preciso valorizar, ou que aconselhamos os outros a valorizar?
As "pequenas coisas", como eu as vejo, são principalmente um alicerce, um sítio onde volto quando estou perdida.
Acredito que todos temos um sítio destes dentro de nós, um espaço em permanente construção/ desconstrução, onde nos (re)fazemos, onde somos nós. E nesta transformação constante, muitas vezes há crises, tremores de terra, explosões, que nos obrigam a ajustes… temos, frequentemente, de nos adaptar, de jogar com as cartas que nos calham… como dizem os sábios orientais, precisamos ser flexíveis, como a cana de bambu que se dobra com o vento e evita assim ser quebrada pela sua força.
Um desses sítios onde volto é um fim de tarde. Foi há quase 10 anos. Sentia-me muito triste e desamparada e naquele lugar, com um resto de sol de Setembro, pela primeira vez desde criança senti uma enorme curiosidade pelo dia seguinte, o minuto seguinte, o segundo seguinte. Senti-me como se tivesse, naquele instante, inaugurado uma vida nova, como se desse um salto em direcção ao que está a começar, virasse uma página, deixando para trás o que acabou, o que passou e não existe mais.
As minhas “pequenas coisas” são um reencontro com o que é simples e puro; são o “olhai os lírios do campo” cristão, o “wu-wei” taoista, o "sabor da cereja".
São a chave que dá sentido aos sonhos, ajudam-me a persistir neles, a torná-los concretos, realizáveis e até a substitui-los, quando é preciso. Não são, nunca, a consequência da derrota; antes, a descoberta do que está para vir, de tudo o que há ainda para fazer, conhecer, amar.
As "pequenas coisas", como eu as vejo, são principalmente um alicerce, um sítio onde volto quando estou perdida.
Acredito que todos temos um sítio destes dentro de nós, um espaço em permanente construção/ desconstrução, onde nos (re)fazemos, onde somos nós. E nesta transformação constante, muitas vezes há crises, tremores de terra, explosões, que nos obrigam a ajustes… temos, frequentemente, de nos adaptar, de jogar com as cartas que nos calham… como dizem os sábios orientais, precisamos ser flexíveis, como a cana de bambu que se dobra com o vento e evita assim ser quebrada pela sua força.
Um desses sítios onde volto é um fim de tarde. Foi há quase 10 anos. Sentia-me muito triste e desamparada e naquele lugar, com um resto de sol de Setembro, pela primeira vez desde criança senti uma enorme curiosidade pelo dia seguinte, o minuto seguinte, o segundo seguinte. Senti-me como se tivesse, naquele instante, inaugurado uma vida nova, como se desse um salto em direcção ao que está a começar, virasse uma página, deixando para trás o que acabou, o que passou e não existe mais.
As minhas “pequenas coisas” são um reencontro com o que é simples e puro; são o “olhai os lírios do campo” cristão, o “wu-wei” taoista, o "sabor da cereja".
São a chave que dá sentido aos sonhos, ajudam-me a persistir neles, a torná-los concretos, realizáveis e até a substitui-los, quando é preciso. Não são, nunca, a consequência da derrota; antes, a descoberta do que está para vir, de tudo o que há ainda para fazer, conhecer, amar.
sábado, julho 19, 2008
domingo, abril 20, 2008
o sabor da cereja (3)
"Foram uns amores singulares, aqueles. No Junho, as cerdeiras punham por toda a veiga uma nota viva, fresca e sorridente. As praganas aloiravam, as cigarras zumbiam, as águas de regadio corriam docemente nas caleiras, e dos verdes maciços de folhas leves e ondulantes, emoldurados no céu, espreitavam a primavera, curiosos, milhares de olhos tímidos e vermelhos. Era domingo. E ele subira por desfastio à velha bical dos Louvados a matar saudades de menino. "
há já algum tempo que queria por aqui este conto do Miguel Torga. para ler mais é só clicar e procurar os "destinos". obrigada, marta!
há já algum tempo que queria por aqui este conto do Miguel Torga. para ler mais é só clicar e procurar os "destinos". obrigada, marta!
sexta-feira, junho 09, 2006
o sabor da cereja (2)
deus pune imediatamente os pequenos pecados
já os pecados maiores...
disse alguém
quando me queixei do "sabor da cereja"
que provei
provei
provei
a tarde toda
agora sofro a punição:
uma tarde de cerejas
deu em dias de dieta forçada
com o "pão e água" dos cativos
(chá e torradas, para ser mais explícita!)
canja de galinha e água de arroz
(receitas sempre prontas a socorrer os aflitos!)
mas as cerejas continuam lá
à espera do reencontro
já os pecados maiores...
disse alguém
quando me queixei do "sabor da cereja"
que provei
provei
provei
a tarde toda
agora sofro a punição:
uma tarde de cerejas
deu em dias de dieta forçada
com o "pão e água" dos cativos
(chá e torradas, para ser mais explícita!)
canja de galinha e água de arroz
(receitas sempre prontas a socorrer os aflitos!)
mas as cerejas continuam lá
à espera do reencontro
sexta-feira, março 24, 2006
o sabor da cereja *
estranha abstinência essa,
a de recusar comer fruta...
nem o suco de uma vulgar maçã,
nem a volúpia das uvas,
nem o sabor da cereja...
por mim, quero provar a vida,
morde-la por inteiro!
(e como me arrependo do que,
por medo e ignorância,
já recusei provar!)
* título de um filme de Abbas Kiorastami
a de recusar comer fruta...
nem o suco de uma vulgar maçã,
nem a volúpia das uvas,
nem o sabor da cereja...
por mim, quero provar a vida,
morde-la por inteiro!
(e como me arrependo do que,
por medo e ignorância,
já recusei provar!)
* título de um filme de Abbas Kiorastami
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