Provavelmente noutro tempo,
noutras circunstâncias
chegaríamos a iguais resultados
pelo que de nada adianta
imaginar um almagesto
ou tabelas de paralaxe para
isto
a que convencionalmente
chamamos amor,
nem calcular o ângulo
entre nós e o centro da terra,
de nada nos aproveitara, tu e
eu
centros escorraçados de
irregular gravitação.
Porém, isso não me impediu de ver plêiades
cada vez que surgias (só
não te dizia nada) plêiades
iluminando
meu Hades
com suas cabrinhas coruscantes
pascendo
o vale da sombra da morte.
E a questão hoje é: who’s gonna drive you home tonight?
quando o melancólico transístor
destila também outras
perguntas, mas nenhuma
tão dura quanto essa,
por exemplo: porque é que a
água tem mais tendência
a subir em tubos estreitos
ao contrário do mercúrio?
Isto é view-master e são coisas que faço
na tua ausência.
Daniel Jonas, Os fantasmas
inquilinos, Lisboa: Livros
Cotovia, 2005
https://asfolhasardem.wordpress.com
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