"Uma cidade escuta desolada
O canto de um pássaro ferido
É o único pássaro da cidade
E foi o único gato da cidade
Que o devorou pela metade
E o pássaro deixa de cantar
O gato deixa de ronronar
E de lamber o focinho
E a cidade prepara para o pássaro
Funerais maravilhosos
E o gato que foi convidado
Segue o caixãozinho de palha
Em que deitado está o pássaro morto
Levado por uma menina
Que não pára de chorar
Se soubesse que você ia sofrer tanto
Lhe diz o gato
Teria comido ele todinho
E depois teria te dito
Que tinha visto ele voar
Voar até ao fim do mundo
Lá onde o longe é tão longe
Que de lá não se volta mais
Você teria sofrido menos
Só tristeza e saudade
É preciso nunca fazer as coisas pela metade."
Jacques Prévert
(a tradução é brasileira, façam o obséquio de ler com sotaque para parecer menos estranho!)
quarta-feira, janeiro 21, 2009
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4 comentários:
e as asneiras? também têm de ser completas? ou podem ser pela metade? e quando é que são completas? quando é que acaba o buraco, se se pode sempre escavar mais?...
:-)... até que a barriga me doa...
bj
Rita:
boa questão... acho que depende das asneiras, algumas precisamos mesmo ir até ao fim... e se é verdade é que sempre se pode escavar mais o buraco, também podemos escavar escadas para sair dele ;-)
ou como diz uma amiga minha: "num beco a única saída é para cima".
Turito:
;-) aguardo o tempo delas (as cerejas!)
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