terça-feira, maio 29, 2007

em construção



templo da sagrada família, barcelona, setembro de 2006



(hoje irritei-me. muito. concluo, mais uma vez, embora ninguém me acredite, que para manter a sanidade tenho de me afastar das pessoas. destas pessoas. mas, por enquanto, a única coisa que posso fazer é reconstruir o meu templo. a começar pelo interior.)

quarta-feira, maio 23, 2007

sexta-feira, maio 18, 2007

ir por aí

Não, não vou por aí! Só vou por onde
Me levam meus próprios passos...

(...)
Se ao que busco saber nenhum de vós responde,
Por que me repetis: "vem por aqui"?

(...)

Como, pois, sereis vós
Que me dareis machados, ferramentas, e coragem
Para eu derrubar os meus obstáculos?...

(...)

Ah, que ninguém me dê piedosas intenções!
Ninguém me peça definições!
Ninguém me diga: "vem por aqui"!

(...)
Não sei por onde vou,
Não sei para onde vou
,
- Sei que não vou por aí!




Excertos do "Cântico Negro" de José Régio

domingo, maio 13, 2007

Make them laugh





do filme "singing in the rain"


para a inês e o yvan

quinta-feira, maio 10, 2007

segunda-feira, maio 07, 2007

espelho

o pior julgamento é o que fazemos de nós próprios e não o que pensamos (imaginamos) que os outros fazem de nós.

uma palavra, um pensamento e logo se levantam velhos fantasmas, velhas memórias.

e quando essa palavra é dita por outros, mesmo sem julgar, de repente ficamos nus, frente a um espelho onde já nada podemos ocultar.

no espelho estão todas as fragilidades, todas as forças, tudo o que construímos, tudo o que mostramos e o que ocultamos, deliberadamente ou não, conscientemente ou não.

por isso, frente ao espelho, invento outras palavras, as do futuro.

se possível, sem me julgar.

quarta-feira, maio 02, 2007

de que nada se sabe

La luna ignora que es tranquila y clara
y ni siquiera sabe que es la luna;
la arena, que es la arena. No habrá una
cosa que sepa que su forma es rara.

Las piezas de marfil son tan ajenas
al abstracto ajedrez como la mano
que las rige. Quizá el destino humano
de breves dichas y de largas penas

es instrumento de otro. Lo ignoramos;
darle nombre de Dios no nos ayuda.
Vanos también son el temor, la duda

y la trunca plegaria que iniciamos.
¿Qué arco habrá arrojado esta saeta
que soy? ¿Qué cumbre puede ser la meta?


Jorge Luis Borges

terça-feira, maio 01, 2007

bailemos




Bailemos nós ja todas tres, ai amigas,
so aquestas avelaneiras frolidas
e quen for velida, como nós, velidas,
se amigo amar,
so aquestas avelaneiras frolidas
verrá bailar.

Bailemos nós ja todas tres, ai irmanas,
so aqueste ramo destas avelanas
e quen for louçana, como nós, louçanas
se amig'amar,
so aqueste ramo destas avelanas
verrá bailar.

Por Deus, ai amigas, mentr'al non fazemos,
so aqueste ramo frolido bailemos
e quen ben parecer, como nós parecemos,
se amig'amar,
so aqueste ramo so'l que nós bailemos
verrá bailar.


Airas Nunez

Retirado de http://pt.wikisource.org/wiki/Bailemos_n%C3%B3s_ja_todas_tres%2C_ai_amigas