A casa treme com o vento, acordamos com o som dos ramos das árvores a bater nas janelas, com o uivo do vento nas telhas, com o estremecer frágil dos vidros. A luz treme, quase se apaga.
Ao longe, um cão ladra.
Ouvem-se vozes e risos sussurrados. Uma porta fecha-se. Alguém toca órgão na sala ao lado.
Os corpos no sofá acordam com o vento quente de Agosto a agitar a casa. Lá fora uma mesa ainda sustenta copos de vinho e restos de pão. Um gato foge nas sombras da noite.
Dormir.
De manhã acordar com tudo em movimento. A luz incendeia os olhos, os cães da vizinhança ladram. É preciso água, é preciso lavar a roupa, apanhar maçãs, apanhar ameixas, apanhar figos quando os houver.
Passar tardes a fazer doce, rapar o tacho com os dedos, encher os frascos, ser o primeiro a provar.
Longe corre um fio de água na fonte comum. No tanque a água é da cor do sabão. As mulheres salpicam-se com a água do tanque colectivo, refrescam-se e brincam. Um carro passou na estrada. Dizemos adeus.
sexta-feira, janeiro 06, 2006
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