quinta-feira, novembro 29, 2012
whatever
(há um veleiro turístico em lisboa chamado "whatever". quando vi a reportagem achei o nome delicioso: entrar a bordo dum barco chamado "whatever" e ir por aí fora pareceu-me logo uma boa ideia.)
quarta-feira, novembro 21, 2012
emoções
pequeno desabafo:
durante todo o tempo em que aprendi e fiz teatro não consegui nunca usar a "memória das emoções", e agora que elas vêm em catadupa e sem pré-aviso não tenho como as usar criativamente.
enfim...
sempre este meu desencontro com tudo...
por acaso nunca fui muito forçada a fazer o processo de reviver as emoções passadas, o método era deixar que as emoções viessem como um reflexo das acções.
e sempre que se falava em ir procurar emoções antigas para usar na personagem eu achava que o passado estava no passado e não concebia, nem conseguia ir lá buscar nada.
achava que estava resolvido.
não estava.
estou a resolver agora.
durante todo o tempo em que aprendi e fiz teatro não consegui nunca usar a "memória das emoções", e agora que elas vêm em catadupa e sem pré-aviso não tenho como as usar criativamente.
enfim...
sempre este meu desencontro com tudo...
por acaso nunca fui muito forçada a fazer o processo de reviver as emoções passadas, o método era deixar que as emoções viessem como um reflexo das acções.
e sempre que se falava em ir procurar emoções antigas para usar na personagem eu achava que o passado estava no passado e não concebia, nem conseguia ir lá buscar nada.
achava que estava resolvido.
não estava.
estou a resolver agora.
terça-feira, novembro 20, 2012
sábado, novembro 17, 2012
alegria
“Gente triste nem é Cristão nem é Escuteiro nem é coisa nenhuma. Gente triste anda no mundo pensando em entristecer os outros. Quaisquer que sejam as nossas dificuldades, os nossos problemas e as nossas agruras, a nossa obrigação é tratar disso de noite, enquanto dormimos e enquanto os outros dormem, e todas as manhãs aparecer tendo lançado fora todos os problemas que nos podem afligir, para chegarmos aos outros e lhes dar a maior esmola e o maior amparo que efectivamente podemos dar, que é o amparo da nossa própria alegria e do nosso entusiasmo ao ver aquele dia que rompe”.
Agostinho da Silva, "Baden-Powell, Pedagogia e Personalidade", 1961
era bom ser sempre alegre, saber deixar a noite e o descanso fazerem o seu trabalho, e acordar com essa energia e entusiasmo "do dia que rompe".
era bom saber aprender com a tristeza, a depressão é normalmente um sinal de que estamos demasiado instalados em alguma ideia ou situação, e um sinal para mudar alguma coisa.
era bom conseguir aproveitar o mistério que é o inesperado de cada dia, e aceitar o que ele nos dá.
era bom sermos menos complicados, mais abertos à luminosidade que há mesmo no escuro mais denso.
era bom sermos.
ao contrário do que possa parecer, para os sábios também não é fácil, como para nós não é, manter esse estado de permanente alegria, entusiasmo, ou melhor, de presença.
só que eles perseveram. nós não.
podemos, no entanto, perceber que caminhos seguiram e para onde apontam, não necessariamente para lhes seguir a direcção, mas para perceber que é possível e, dentro das nossas capacidades, ir ao encontro do que queremos para nós.
apesar dos céus negros, apesar dos tempos inquietos em que vivemos, apesar das pequenas e grandes desilusões do quotidiano, apesar dos erros e das quedas e dos fracassos e das lágrimas, apesar do sentimento de impotência, apesar do constante reformular de expectativas, do constante desafio ao pensamento e às emoções, apesar de tudo,
há dias em que acordamos.
acordamos verdadeiramente "acordados" para o dia, o momento, o agora.
podemos não estar radiantes de alegria e entusiasmo
mas estamos vivos.
e isso basta.
Agostinho da Silva, "Baden-Powell, Pedagogia e Personalidade", 1961
era bom ser sempre alegre, saber deixar a noite e o descanso fazerem o seu trabalho, e acordar com essa energia e entusiasmo "do dia que rompe".
era bom saber aprender com a tristeza, a depressão é normalmente um sinal de que estamos demasiado instalados em alguma ideia ou situação, e um sinal para mudar alguma coisa.
era bom conseguir aproveitar o mistério que é o inesperado de cada dia, e aceitar o que ele nos dá.
era bom sermos menos complicados, mais abertos à luminosidade que há mesmo no escuro mais denso.
era bom sermos.
ao contrário do que possa parecer, para os sábios também não é fácil, como para nós não é, manter esse estado de permanente alegria, entusiasmo, ou melhor, de presença.
só que eles perseveram. nós não.
podemos, no entanto, perceber que caminhos seguiram e para onde apontam, não necessariamente para lhes seguir a direcção, mas para perceber que é possível e, dentro das nossas capacidades, ir ao encontro do que queremos para nós.
apesar dos céus negros, apesar dos tempos inquietos em que vivemos, apesar das pequenas e grandes desilusões do quotidiano, apesar dos erros e das quedas e dos fracassos e das lágrimas, apesar do sentimento de impotência, apesar do constante reformular de expectativas, do constante desafio ao pensamento e às emoções, apesar de tudo,
há dias em que acordamos.
acordamos verdadeiramente "acordados" para o dia, o momento, o agora.
podemos não estar radiantes de alegria e entusiasmo
mas estamos vivos.
e isso basta.
quinta-feira, novembro 15, 2012
terça-feira, novembro 06, 2012
era a cereja
Livra-me das tentações
de fugir ao fisco
e que em Fevereiro pague sempre
os meus impostos.
Afasta-me do supérfluo e
da vaidade e recorda-me que
um dia hei-de ter hemorróidas.
E não me deixes cair no pecado
da ideologia
para que não leve com o proletariado nas trombas.
Guia-me pelos caminhos do amor
até um centro comercial
onde o amado me acompanhará
a experimentar um a um cada vestido.
E, por último, faz com que
todo o iogurte que coma seja
— foda-se! —
de morango.
Ana Paula Inácio
Não há mais
mundos
este chega
e sobeja
O fruto proibido
era a cereja
O Eden fechou
para mudança
de ramo
Não estás comigo
no jazigo
Adília Lopes
quinta-feira, novembro 01, 2012
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