quinta-feira, novembro 26, 2009

“fico admirado quando alguém, por acaso e quase sempre
sem motivo, me diz que não sabe o que é o amor.
eu sei exactamente o que é o amor. o amor é saber
que existe uma parte de nós que deixou de nos pertencer.
o amor é saber que vamos perdoar tudo a essa parte
de nós que não é nossa. o amor é sermos fracos.
o amor é ter medo e querer morrer.”



José Luís Peixoto
A criança em ruínas

2 comentários:

turito disse...

hummm... parece-me mais esclarecido do que o meu amigo Barthes; também um pouco mais romântico - com a morte do pai, esta será das poucas certezas que este escritor tem. Eu, que cada vez sei menos sobre o que quer que seja, permaneço na incerteza:)
(não durmas, vais ver que vale a pena)

(ah, ando aqui à procura de umas fotos de raparigas asiáticas, as tais a fumar, mas não sei se te envio - são pouco conceptuais para o teu gosto... mas não há dúvida de que o fotógrafo deu grande importância à forma)

natalie disse...

não sei se é mais ou menos esclarecido, gosto muito da frase do Barthes, e até a usei, e esta do JLP, numa coisa que apresentei ontem, sobre os desamores e a violência.

eu também não tenho certeza de nada, e sobre o amor, enfim, é melhor nem falar.

um dia num workshop fantástico que fiz com um actor israelita que também era mestre zen, e que nunca vou esquecer, uma rapariga perguntou-lhe o que era o amor. ele disse simplesmente, se não sabes o que é uma coisa, vai investigar, explorar, na vida.

achei esta resposta fantástica, e lembro-me muito dela; porque andamos todos a investigar o que é o amor, e vamos encontrando respostas ao longo da vida, que são sempre parciais, são sempre mutáveis, e temos, sempre, de continuar a investigar, mais e mais.

(acho que não vou aguentar o filme até ao fim... mas olha, estás a deixar-me curiosa sobre essas meninas asiáticas pouco conceptuais!)

bj