segunda-feira, maio 26, 2014

sexta-feira, maio 23, 2014

consolo




"I have always depended on the kindness of strangers."


Blanche DuBois, in "A Streetcar named desire", Tennessee Williams 




ou


"a nossa necessidade de consolo é impossível de satisfazer" 

de Stig Dagerman



ou seja,



raramente se tem o consolo que se precisa quando se precisa

resta-nos dormir e esperar que tudo corra bem.

e tantas vezes

é a bondade de estranhos

que curiosamente 

consola.

sábado, maio 17, 2014

prazeres


Gunnar Smoliansky

quinta-feira, maio 15, 2014

contos de fadas




todos sabemos que o "happy end" é uma invenção, que nunca se é "feliz para sempre", e que, se não existem mais príncipes encantados, também nenhuma princesa deverá querer ser salva.

seremos, quando muito, salvos por nós próprios, talvez com os pós de perlimpimpim que inventarmos dentro de nós.

seremos, se quisermos, salvos uns pelos outros, se tivermos a humildade de receber o que nos pode ser dado, e o desprendimento para dar o melhor de nós aos outros.




mas, continuamos a gostar de contos de fadas, de magia, de superação de provas, de histórias de amores desencontrados, de monstros que afinal são príncipes, de princesas rebeldes, madrastas, bruxas e rainhas más, fadas madrinhas e animais que falam, aventuras sem fim, que terminam quase sempre bem, com uma reunião dos dois namorados ou reunião familiar, em que o "bem" derrota o "mal".

continuamos a gostar porque, acredito, eles falam ao nosso inconsciente, falam-nos de arquétipos, transmitem-nos as mensagens que precisamos ouvir, e que podem ser diferentes em cada revisita da história, de acordo com a nossa maturidade e com o "problema" ou "questão" pessoal que enfrentamos em cada momento.

por isso, fugindo ao politicamente correcto, não vejo necessidade de substituir os contos antigos e, por exemplo, deixar de existir um "lobo mau" ou deixar de haver "princesas salvas por príncipes", porque o que interessa, creio, é ler o que estas personagens e estas mensagens querem dizer à luz dos nossos tempos,  e pensando mais em arquétipos do que na interpretação literal (o "lobo mau" não representa o animal lobo, mas um arquétipo do "mal"; a princesa na torre à espera de ser salva também não tem de representar apenas o género feminino mas um tipo de personalidade; etc).

podemos, obviamente, e a liberdade criativa e poética permite-nos isso, criar novas histórias, com novos desafios e personagens, baseados ou não nos contos antigos, dando novas luzes e perspectivas sobre a realidade e as nossas preocupações de hoje.

sempre com o possível "happy end", claro!






segunda-feira, maio 05, 2014

um


Michal Karcz






(desabafo: porque não aprendo a ficar calada?...)